O Senhor
teu Deus te escolheu, para que
lhe fosses o seu povo especial de todos os povos que há sobre a terra. O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos
escolheu porque a vossa multidão era maior que todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que
todos os povos; mas, porque o Senhor vos amava e para guardar o juramento
que fizera os vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte e vos
resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito.( Dt 7.6-8)
Por Frankcimarks Oliveira
O Deus da bíblia é o Deus da Eleição. O cristão que rejeita
esta doce doutrina, rejeita na verdade o Deus desta doutrina. Em toda escritura
vemos o Senhor chamando soberanamente
homens e mulheres para o servirem e proclamarem seu nome em toda a
terra. Vejamos o que disse Neemias :
Só tu és o Senhor, o
Deus que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos Caldeus, e lhe puseste por nome
Abraão. ( Ne 9.7)
Deus é louvado por seu povo por ser o Grande Criador dos céus
e da terra ( Ne 9.6); Por ser o Deus da Eleição Soberana, que escolheu Abrão de
Ur dos Caldeus dentre todos seus habitantes; (v.7). Por ser o Deus da firme
Aliança que libertou os hebreus da servidão egipcia ( V.8-10); Por ser o Deus
Guia no terrível deserto e por dar aos seus escolhidos uma terra onde mana
leite e mel ( V.11-15) Por ser misericordioso e perdoar os pecados de seus
impenitentes servos.
Em toda a Bíblia Sagrada podemos ver que o Deus de Israel é o
Deus que elege, escolhe, separa para si um povo para luz do mundo e testemunho
para todas as nações. Foi assim nos dias antigos e é assim nos dias atuais.
Portanto, gostaria de analisar estes três versos em que Moisés claramente apresenta-nos esta bendita verdade espiritual.
Pretendo discorrer sobre este tema da seguinte maneira :
Primeiro analisaremos a Eleição em si,
depois seus propósitos e por fim seus fundamentos.
I-
A Eleição Divina
Sem
sombra de dúvidas este assunto tem repercutido nos círculos cristãos a centenas
de anos. Não pretendo encerrar as discussões, apenas desejo compartilhar aquilo
que entendo ser pelas escrituras a Verdade do Evangelho de Cristo.
Ora,
Deus tem todo o direito de tomar para si
aqueles que ele bem entender. Não há injustiça da parte do Senhor em escolher
e separar para si
alguns homens e algumas mulheres. Primeiro, porque isso na verdade prova
sua eterna bondade e boa vontade, visto que todos os pecadores fogem de sua
santa presença desde o Jardim do Éden, como nosso pai Adão. Segundo, porque Deus conhece o real estado de
nossos corações caídos , sabendo também que somos incapazes de
inclinarmos-nos para seu amor. Logo a
iniciativa só pode surgir Nele mesmo e não em nós. Terceiro, a eleição divina é
a prova de Deus é totalmente livre e Senhor em suas ações, não tendo que se
justificar por suas obras. Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz, logo
quem somos nós para questionarmos suas decisões ? Não vejo na Bíblia ninguém
questionando a Deus porque ele escolheu Abrão e não outro homem para ser o Pai
de Multidões e homem pelo qual todas as famílias da terra seriam benditas. Ora,
Deus escolheu Abrão porque quis escolhê-lo e ponto.
Vejamos
mais alguns exemplos da soberana vocação divina:
1- Deus escolheu
Noé em meio a
uma multidão de Homens ( Gn 6.13,14,18)
2- Deus escolheu
Abrão em meio a todos os habitantes de Ur dos Caldeus ( Gn 12.1-3)
3- Deus escolheu Jacó como herdeiro da promessa
feita a Abraão ( Gn 25.23)
4- Deus
escolheu José dentre os onze filhos de Jacó para livrar seu povo
da morte ( Gn 37.7,8; 45.5,7)
Poderíamos
falar ainda sobre Moisés e a forma como Deus o chamou na sarça ardente; Sobre
Josué, Sansão, Gideão, Jeremias, Isaías, Davi, Ezequiel, os doze apóstolos ,
Paulo, e muitos outros que provam a soberania de Deus na eleição.
II-
Os propósitos da Eleição Divina
“O Senhor teu Deus te
escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial de todos os povos que há
sobre a terra.”( Dt 7.6)
Deus tem um propósito bem definido em sua mente quando elege
pessoas: formar para si mesmo um povo especial, santo e zeloso de boas obras.(
Tt 2.14) Deus disse :“
Vós me sereis um reino sacerdotal e povo
santo” ( Ex 19.6) De modo que nada além da santidade pode ser dito
como propósto da eleição divina. Deus deseja ser Adorado e engrandecido por sua
misericórdia demonstrada aos pecadores, e isso deve ocorrer na
exclusividade de nosso relacionamento com Ele e sua Palavra. Cristo nos lavou
com seu precioso sangue com um objetivo em mente : “ e
nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para
sempre. Amém ( Ap 1.5)
Cristo nos comprou para Deus, para que vivamos única e
exclusivamente para sua glória e louvor.
Portanto, o deleite de Deus é ver sua obra
aperfeiçoada em nós, operando santificação e tornando-nos
cada vez mais a Imagem de Jesus Cristo.
Deus irá através de
sua Igreja manifestar seu santo caráter ao mundo. O Senhor Jesus mesmo disse : Vós sois a luz do mundo , não se pode esconder
uma cidade edificada
sobre um monte .( Mt 5.14).
Este é o papel da Igreja : Manifestar a luz de Deus a um mundo envolto em
densas trevas.
Deus nos elegeu em
Cristo antes da fundação do mundo para
que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor. E nos predestinou
para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de
sua vontade para o louvor da glória de
sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado ( Ef 1.4-6) . Aqui vemos Paulo enumerar alguns propósitos da eleição
divina :
1-
Santificação
2-
Perfeição em amor;
3-
Filiação;
4-
Louvor da gloriosa Graça
Moisés
já havia anunciado o grande objetivo da eleição :
“ O Senhor te escolheu , de todos os povos que há sobre a
terra, para lhe ser seu próprio povo”.( Dt 14.2)
Percebes que Paulo e Moisés falam a mesma coisa ? Deus para seu
próprio deleite e satisfação forma um povo para si. Olhemos o que Pedro
diz sobre isso :
Vós sois a
geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes daquele que
vos chamou das trevas para a sua gloriosa luz . Vós que em outro tempo não
éreis povo, mas agora sois povo de Deus , que não tínheis alcançado
misericórdia , mas agora alcançastes misericórdia ( 1 Pe 2.9-10)
Pedro cria também que o propósito de nossa eleição é
manifestar as virtudes de Deus, isto é seu amor, graça e misericórdia a todos
quanto puderem nos ouvir.
III-
Os Fundamentos da Eleição Divina
“ O Senhor não
tomou prazer em
vós, nem vos escolheu porque a vossa multidão era maior que todos
os outros povos, pois
vós éreis menos em
número do que todos os povos; mas, porque
o Senhor vos amava e para guardar o juramento
que fizera os vossos
pais, o Senhor vos tirou
com mão forte
e vos resgatou da
casa da servidão, da mão de Faraó, rei do
Egito”.( Dt 7.7-8)
Primeiro uma
colocação Negativa: Deus
não nos escolheu fundamentado em nossas qualidades, virtudes ou méritos.
Isso precisa ficar bem claro em nossas mentes, pois a eleição divina não repousa no objeto
alcançado. Nunca seremos a causa da operação de Deus. Na verdade Deus é sempre a causa de todas as
coisas. Deus mesmo é o fim de todos os seus planos e propósitos; Sobre seu glorioso nome
reside sua santa aliança.
Israel nasceu do chamado que Deus fez a Abrão; Cresceu
graças a sua bondosa mão; Foi liberta da servidão graças a Misericórdia do
Eterno Rei dos céus. Passou a possuir a terra prometida pelo poder de Deus.
Recebeu seus santos estatutos das mãos do próprio Senhor, bem como um reino e
um sacerdócio. Tudo era dádiva do Pai das luzes, logo de nada Israel poderia se
gloriar. Assim , também nós cristãos, devemos permanecer em silêncio diante do
Salvador, pois foi graças a seu sangue e sua Justiça que alcançamos alguma
posição diante de Deus. Glória, pois, a Cristo eternamente.
Agora, a eleição divina
fundamenta-se num fator
positivo, isto é, no próprio amor de Deus.
“ mas, porque
o Senhor vos
amava e para
guardar o juramento que fizera os vossos pais, o Senhor vos tirou
com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do
Egito”.( Dt 7.6-8)
Perceba como a
eleição se flexiona exclusivamente em Deus. É sobre sua divina pessoa
que a eleição se ergue e nos alcança por sua graça e fidelidade a sua própria
palavra e juramento. Como Paulo mesmo disse:
antes da fundação do mundo
ele nos elegeu em Cristo. Logo, somos o cumprimento
do pacto selado entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo na eternidade.
No evangelho de João vemos este pacto com mais clareza,
principalmente no capítulo 17. Cristo fez a obra para a qual foi enviado,
glorificou ao Pai, cuidou daqueles que
recebeu de Deus, orou por
aqueles que se reuniriam a seu
rebanho , amou-nos até o fim. Deus seja
louvado por sua doutrina que nos revela seu santo caráter
e finalidades. Seu amor eterno e incondicional, juramentado por
sua santidade e precioso nome. Jurou
o Senhor e não se arrependerá, seu
amor jamais terá
fim. Suas misericórdias são de geração em geração, chegam as mais altas
nuvens.
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