terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A Eleição divina : seus Propósitos e fundamentos



O  Senhor  teu  Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial de todos os povos que há sobre a terra.  O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu porque a vossa multidão era maior que todos os outros  povos, pois vós éreis menos em número  do  que todos os povos; mas, porque  o  Senhor vos amava e para guardar o  juramento  que fizera os vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito.( Dt 7.6-8)



Por Frankcimarks Oliveira


         O Deus da bíblia é o Deus da Eleição. O cristão que rejeita esta doce doutrina, rejeita na verdade o Deus desta doutrina. Em toda escritura vemos o Senhor  chamando  soberanamente  homens e mulheres para o servirem e proclamarem seu nome em toda a terra. Vejamos o que disse Neemias :

Só tu és o Senhor, o Deus que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos Caldeus, e lhe puseste por nome Abraão. ( Ne 9.7)

         Deus é louvado por seu povo por ser o Grande Criador dos céus e da terra ( Ne 9.6); Por ser o Deus da Eleição Soberana, que escolheu Abrão de Ur dos Caldeus dentre todos seus habitantes; (v.7). Por ser o Deus da firme Aliança que libertou os hebreus da servidão egipcia ( V.8-10); Por ser o Deus Guia no terrível deserto e por dar aos seus escolhidos uma terra onde mana leite e mel ( V.11-15) Por ser misericordioso e perdoar os pecados de seus impenitentes servos.

         Em toda a Bíblia Sagrada podemos ver que o Deus de Israel é o Deus que elege, escolhe, separa para si um povo para luz do mundo e testemunho para todas as nações. Foi assim nos dias antigos e é assim nos dias atuais. Portanto, gostaria de analisar estes três versos em que Moisés claramente apresenta-nos esta bendita verdade espiritual.

         Pretendo discorrer sobre este tema da seguinte maneira : Primeiro analisaremos  a Eleição em si, depois seus propósitos e por fim seus fundamentos.


I-             A  Eleição Divina


Sem sombra de dúvidas este assunto tem repercutido nos círculos cristãos a centenas de anos. Não pretendo encerrar as discussões, apenas desejo compartilhar aquilo que entendo ser pelas escrituras a Verdade do Evangelho de Cristo.

Ora, Deus tem todo o direito de tomar para si  aqueles  que ele bem  entender. Não há injustiça da parte do Senhor  em escolher  e separar  para  si  alguns homens e algumas mulheres. Primeiro, porque isso na verdade prova sua eterna bondade e boa vontade, visto que todos os pecadores fogem de sua santa presença desde o Jardim do Éden, como nosso pai Adão.  Segundo, porque Deus conhece o real estado de nossos corações caídos , sabendo também que somos incapazes de inclinarmos-nos  para seu amor. Logo a iniciativa só pode surgir Nele mesmo e não em nós. Terceiro, a eleição divina é a prova de Deus é totalmente livre e Senhor em suas ações, não tendo que se justificar por suas obras. Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz, logo quem somos nós para questionarmos suas decisões ? Não vejo na Bíblia ninguém questionando a Deus porque ele escolheu Abrão e não outro homem para ser o Pai de Multidões e homem pelo qual todas as famílias da terra seriam benditas. Ora, Deus escolheu Abrão porque quis escolhê-lo e ponto.


Vejamos mais alguns exemplos da soberana vocação divina:


1-   Deus  escolheu  Noé  em  meio  a uma multidão de Homens ( Gn 6.13,14,18)
2-    Deus escolheu  Abrão em meio a todos os habitantes de Ur dos Caldeus ( Gn 12.1-3)
3-    Deus escolheu Jacó como herdeiro da promessa feita a Abraão ( Gn 25.23)
4-   Deus escolheu José  dentre  os onze filhos de Jacó para livrar seu povo da morte ( Gn 37.7,8; 45.5,7)


Poderíamos falar ainda sobre Moisés e a forma como Deus o chamou na sarça ardente; Sobre Josué, Sansão, Gideão, Jeremias, Isaías, Davi, Ezequiel, os doze apóstolos , Paulo, e muitos outros que provam a soberania de Deus na eleição.


II-           Os propósitos da Eleição Divina

“O Senhor teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial de todos os povos que há sobre a terra.”( Dt 7.6)


         Deus tem um propósito bem definido em sua mente quando elege pessoas: formar para si mesmo um povo especial, santo e zeloso de boas obras.( Tt 2.14)  Deus disse :“ Vós  me sereis um reino sacerdotal e povo santo” ( Ex 19.6) De modo que nada além da santidade pode ser dito como propósto da eleição divina. Deus deseja ser Adorado e engrandecido por sua misericórdia demonstrada   aos   pecadores, e isso deve ocorrer na exclusividade de nosso relacionamento com Ele e sua Palavra. Cristo nos lavou com seu precioso sangue com um objetivo em mente : “ e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para sempre. Amém ( Ap 1.5)

         Cristo nos comprou para Deus, para que vivamos única e exclusivamente  para sua glória e louvor. Portanto, o deleite de Deus é ver sua obra  aperfeiçoada  em  nós, operando santificação e tornando-nos cada vez mais a Imagem de Jesus Cristo.

         Deus irá  através de sua Igreja manifestar seu santo caráter ao mundo. O Senhor Jesus mesmo disse : Vós sois a luz do mundo , não se pode esconder uma  cidade  edificada  sobre um  monte .( Mt 5.14). Este é o papel da Igreja : Manifestar a luz de Deus a um mundo envolto em densas trevas.

Deus nos elegeu em Cristo  antes da fundação do mundo para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor. E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade para o louvor da  glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado ( Ef 1.4-6) . Aqui vemos Paulo enumerar alguns propósitos da eleição divina :


1-   Santificação
2-   Perfeição em amor;
3-   Filiação;
4-   Louvor da gloriosa Graça


Moisés já havia anunciado o grande objetivo da eleição :

“ O Senhor  te  escolheu , de todos os povos que há sobre a terra, para lhe ser seu próprio povo”.( Dt 14.2)

Percebes  que Paulo e Moisés  falam a mesma coisa ? Deus para seu próprio  deleite e satisfação  forma um povo para si. Olhemos o que Pedro diz sobre isso :


Vós  sois  a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para  que  anuncieis  as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua gloriosa luz . Vós que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus , que não tínheis alcançado misericórdia , mas agora alcançastes misericórdia ( 1 Pe 2.9-10)


         Pedro cria também que o propósito de nossa eleição é manifestar as virtudes de Deus, isto é seu amor, graça e misericórdia  a todos  quanto puderem nos ouvir.


III-         Os Fundamentos da Eleição Divina

“ O Senhor  não  tomou  prazer  em  vós, nem  vos  escolheu porque  a  vossa  multidão era maior que  todos  os  outros  povos, pois  vós  éreis menos  em  número   do  que todos os povos;   mas, porque  o  Senhor vos amava  e para guardar o  juramento  que fizera  os  vossos  pais, o Senhor  vos  tirou   com   mão  forte  e  vos resgatou  da   casa  da  servidão, da mão de Faraó, rei  do  Egito”.( Dt 7.7-8)

         Primeiro  uma colocação  Negativa:  Deus  não nos escolheu fundamentado em nossas qualidades, virtudes ou méritos. Isso precisa ficar bem claro em nossas mentes, pois  a eleição divina não repousa no objeto alcançado. Nunca seremos a causa da operação de Deus. Na  verdade Deus é sempre a causa de todas as coisas. Deus mesmo é o fim de todos os seus planos e propósitos; Sobre seu glorioso  nome  reside sua  santa aliança. 

         Moisés quis deixar bem evidente que  “Israel”  nunca deveria se gloriar diante do Senhor, pois não fora sua grandeza ou força que motivaram Deus a salvá-lo, mas exatamente o oposto disso, isto é, sua baixeza, pequenez e insignificância.

         Israel nasceu do chamado que Deus fez a Abrão; Cresceu graças a sua bondosa mão; Foi liberta da servidão graças a Misericórdia do Eterno Rei dos céus. Passou a possuir a terra prometida pelo poder de Deus. Recebeu seus santos estatutos das mãos do próprio Senhor, bem como um reino e um sacerdócio. Tudo era dádiva do Pai das luzes, logo de nada Israel poderia se gloriar. Assim , também nós cristãos, devemos permanecer em silêncio diante do Salvador, pois foi graças a seu sangue e sua Justiça que alcançamos alguma posição diante de Deus. Glória, pois, a Cristo eternamente.

         Agora, a  eleição  divina  fundamenta-se  num  fator  positivo, isto é, no próprio amor de Deus.

“ mas,  porque  o  Senhor  vos  amava  e  para  guardar o  juramento  que fizera os vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito”.( Dt 7.6-8)


         Perceba  como  a  eleição se flexiona exclusivamente em Deus. É sobre sua divina pessoa que a eleição se ergue e nos alcança por sua graça e fidelidade a sua própria palavra e juramento. Como Paulo mesmo disse:  antes da fundação do mundo  ele  nos  elegeu em Cristo. Logo, somos o cumprimento do pacto selado entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo na eternidade.


         No evangelho de João vemos este pacto com mais clareza, principalmente no capítulo 17. Cristo fez a obra para a qual foi enviado, glorificou  ao  Pai, cuidou daqueles  que   recebeu de Deus, orou por  aqueles  que se reuniriam a seu rebanho , amou-nos até o fim. Deus seja  louvado  por  sua doutrina que nos revela seu santo caráter e finalidades. Seu amor eterno e incondicional, juramentado  por  sua santidade e precioso nome. Jurou  o Senhor e não se arrependerá, seu  amor  jamais  terá  fim. Suas misericórdias são de geração em geração, chegam as mais altas nuvens.

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