sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sete Goles de um Cálice de Dor



E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.(Mateus 26.39,42)

 Por  Frankcimarks Oliveira

Uma Análise das várias etapas do sofrimento de Cristo

I- Um momento de prazer antes do Cálice

a - Comunhão com seus discípulos na última ceia (Mateus 26.20)
b-Adoração através de louvores: Entoação de um hino    (Mateus 26.30)

II-As etapas do Martírio:

1-O Primeiro gole : Grande angústia acompanhada de indiferença por parte dos discípulos (Mateus 26.36-38,40)

2-O Segundo gole: A traição de Judas (Mateus 26.47-50).

3-O Terceiro gole: Condenação Religiosa com agressão física e humilhação em público (Mateus 26.67-68),

4-O Quarto gole: A negação de Pedro (Mateus 26.69-75)

5-O Quinto gole: Condenação Política e popular. Cristo sente a dor da rejeição de seu povo, a indiferença das autoridades políticas      (Mateus 27.15-26)

 6- O Sexto gole: O Escárnio dos soldados romanos. As forças militares agrediram física e emocionalmente a Cristo expondo-o a vexação e ao constrangimento diante de todos (Mateus 27.27-31)

7- O Sétimo gole: A crucificação. (Mateus 27.35,38)

Entender o Cálice de Cristo faz-me compreender que seu sofrimento foi bem maior que nossa mente possa captar. Achamos que sua dor foi ali na cruz, porém os evangelistas  mostram que seu cálice começou a ser degustado ali no monte das Oliveiras. Sua alma estava num stress incalculável, Jesus chegou a suar gotas de sangue enquanto orava ao Pai.

Cristo partilhara seus sentimentos com seus amigos, sempre dizia que viera para dar sua vida em resgate de muitos, mas nesta última ceia vemos um clima mais tenso, de tristeza, de muita angústia. Primeiro da parte de Cristo que já contemplava seu cálice de Dor, depois da parte dos discípulos, que temiam o que estava por vir Ainda assim percebemos que Jesus alegrou-se por estar com seus amigos, pois até cantou um hino de louvor.

No entanto, percebemos que os discípulos não vislumbravam perfeitamente o que estava acontecendo, se contemplavam ,não queriam aceitar a realidade, pois dormiam enquanto Raboni sofria de solidão.
Alguns psicólogos dizem que o ato de dormir era resultado do medo que eles sentiam de perder o meigo Nazareno, era uma forma de anestésico, o único modo de não vivenciar a verdade nua e crua.

Quantos hoje não usam deste artifício para fugir de suas realidades? Porém O Senhor  ensina-nos encarar os fatos, com coragem de um guerreiro. Ele não fugiu dos soldados, pelo contrário, quando interrogado disse: Sou eu a quem vocês procuram!


Precisamos aprender muito com o Mestre da Galiléia! Mesmo tendo o poder de invocar legiões de miríades celestes não o fez, foi forte! Jesus sentiu uma dor em sua alma, uma tristeza negra e profunda ao ponto de ser chamada até a morte. Ninguém estava ali para consolá-lo.

 . Jesus jantou, cantou, aproveitou os últimos instantes de sua vida fazendo o que lhe dava prazer: Estar com seus amigos!      Creio que o Mestre queria deixar uma boa lembrança na mente de seus discípulos, queria que se lembrassem do quanto ele valorizava esses momentos em volta da mesa, bem junto deles.

Infelizmente nos momentos mais difíceis de nossas vidas, nem mesmo aqueles que estão em nossa volta podem ajudar-nos. Somos apenas nós e Deus....É o momento em que a azeitona exprimirá seu azeite. Não é a toa que o Senhor estava naquele horto chamado monte das oliveiras  ou lugar do lagar, lugar onde se imprensa a azeitona. Jesus foi exprimido na moinha da vida, com grande ímpeto, sua carne foi dilacerada para que depois de feito tudo  ele pudesse derramar seu azeite, ou seja, seu Espírito Santo.

Foi na oração que Cristo encontrou um conforto naquele momento tão difícil de sua vida terrena. Orou por três vezes, , incansavelmente. Não bastava sua emoção estar abalada ao contemplar aquele cálice em sua mente, creio que enquanto orava, enxergava a via dolorosa em seus pensamentos. 

Para abalar um pouco mais seu sentimento, um amigo seu o trairia com um gesto cotidiano em seu relacionamento: Um beijo. Digo isso sem medo de errar. Judas traiu Jesus da pior forma possível, pois usou a própria intimidade que tinha com o Mestre Jesus. Era um costume daquele povo  cumprimentar-se com ósculo santo, lavar os pés dos visitantes e etc. .. Quando recebeu o beijo, Cristo chamou Judas de amigo.. .isso explica sua dor.                  Ser entregue por um inimigo não dói, porém ser traído por um amigo dói muito.

 Muitos falam de Judas como se ele sempre fosse um vilão. Entenda uma coisa, Judas ao ver Cristo sentiu um  revolução em sua alma, pois ali estava o desejado de todas as nações em sua frente, o cumprimento das profecias de seu povo, a chance de libertação do jugo romano, e foi por não ver o reino político do Messias na terra vigorar que Judas decepcionou-se e muito com aquele que outrora incendiara sua vida de esperança.

Ele perdeu a visão do céu e vendeu o rei da glória como um simples escravo ( 30 moedas)...Jesus havia perdido o seu valor para Iscariotes. É triste quando as pessoas desvalorizam o Senhor por não esperarem suas promessas e por se precipitarem em suas ações carnais. Deixa o Deus do tempo agir na hora certa! 

O beijo de Judas foi como uma faca afiada, não na carne de Jesus, mas em seu sentimento, que já estava bem abalado pela angústia da morte. Estes fatos vão ocorrendo quase que simultaneamente, imagina administrar todo este caos, saber lidar com tantas perdas e frustrações ao mesmo tempo.   
      
Dizem que é pior morrer aos poucos que morrer de uma só vez. Não houve um "tiro" de misericórdia com Cristo. Ele foi sentindo o gosto do sofrimento, da solidão, da angustia, da traição, da humilhação, do desprezo, da indiferença aos pouquinhos. Foram matando o Mestre de forma lenta e gradual, ao ponto de percebermos sete goles de um cálice de dor. 

Pedro também o traiu,. Pedro não negou Jesus diante de chefes religiosos e nem políticos, mas negou-o diante de uma vendedora de púrpura e de homens simples. Pedro o negara por três vezes. Lucas diz que na hora em que o pescador o negara, Jesus fitou nele seu olhar, como se dissesse: Não temas, eu te perdoou e mesmo assim te amo...

 Depois de tantos goles vemos um Cristo forte, que até mesmo na cruz rejeitara beber vinagre com fel, que servia de anestésico naqueles dias. Cristo foi o Senhor forte nas batalhas. Agüentou até o fim, já havia bebido seis goles, não desistiria no sétimo! Jesus quis sentir cada momento de dor, pois o que fez foi por amor, então valia a pena. Imagino o Senhor tendo de enfrentar aquela multidão, que preferiria um assassino truculento ao meigo Rabi da Judéia que ensinara sobre o amor e o perdão, ensinara sobre servir a Deus e adorá-lo e amá-lo como Pai. 

Barrabás deixara seu legado de injustiça. Cristo deixara seu testemunho de vida santa. Mesmo assim escolheram o engano e desprezaram a verdade. Geralmente isso sempre ocorre nas eleições humanas. Jesus morreria por um povo que não lhe dava honra, não o respeitava e que queria sua morte. Por fim ali na cruz a vergonha e a humilhação. Cristo fora condenado como um criminoso, pois ao seu lado estavam ladrões, salteadores. O pior é que puseram-no no meio de dois, é como se Cristo fosse o pior de todos, o líder dos criminosos e rebeldes de sua época. 

Em os sete goles de um cálice de dor percebemos que o sacrifício de Cristo vai além da compreensão humana. Sua dor, seu sentimento e sua coragem foram eternizadas . Quero terminar com o último gole:

 E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. (João 19.30)

Ao ver que já estava para morrer, Cristo bebe o vinagre, o que antes não fez, para sentir toda nossa culpa. Em ato profético ele demonstra que bebeu todo o cálice que Deus havia preparado. Cálice na bíblia nos revela muitas vezes a ira de Deus, ou seja, a ira que estava preparada para nós bebermos, Cristo bebeu por nós em sete goles terríveis para nos proporcionar a salvação. Com Gosto de vinagre nos lábios ele diz: Está feito, está consumado. Bebi todo o cálice de Deus para salvar os pecadores. Aquilo que eu tinha pra fazer  eu fiz, cumpri minha missão. Ele bebeu o cálice da ira divina para que pudéssemos beber do cálice da Salvação, como disse o salmista:
Que darei eu ao SENHOR, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do SENHOR. (Salmos 116:12-13)






2 comentários:

  1. Cordiais Saudações!
    Amei está mensagem sete goles de um cales de dor que Deus continue te usando para postar estas mensagens que tem conteúdo obrigado por fazer parte do meu blog Jesus te Ama.

    ResponderExcluir
  2. Muito edificante e com unção e sabedoria de Deus, que o Senhor te abençoe muito e confirme as obras que tem para fazer através do seu trabalho; que a potente mão do Senhor te exalte, te proteja e te de vitória, prosperidade, humildade, que o espírito santo de Deus te encaminhe para novos horizontes e te ajude nas dificuldades diárias que rodo cristão enfrente, que ao entrares sejas abençoado, que ao pisares sejas abençoado, quando saires sejas bem aventurado, quando chegares seja dito; bendito aquele que vem em nome do senhor.

    ResponderExcluir