Bendize, ó minha alma, ao Senhor , e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor , e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. É ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades; quem redime a tua vida da perdição e te coroa de benignidade e de misericórdia; quem enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a águia. O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos. Fez notórios os seus caminhos a Moisés e os seus feitos, aos filhos de Israel. Misericordioso e piedoso é o Senhor ; longânimo e grande em benignidade. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades. Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto está longe o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem. Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó. Porque o homem, são seus dias como a erva; como a flor do campo, assim floresce; pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não conhece mais. Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos; sobre aqueles que guardam o seu concerto, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os cumprirem. O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo. Bendizei ao Senhor , anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra. Bendizei ao Senhor , todos os seus exércitos, vós, ministros seus, que executais o seu beneplácito. Bendizei ao Senhor , todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio. Bendize, ó minha alma, ao Senhor . ( Salmos 103. 1-22)
Por Frankcimarks Oliveira
Pretendo com esta mensagem:
1- Revelar o caráter paterno de Deus e suas implicações na vida de seus filhos;
2- Conduzi-los a autoanálise e incentivá-los a refletirem nos feitos de Deus;
3- Despertar a gratidão em seus corações e consequentemente o louvor devido ao Eterno.
I- Bendize, ó minha alma, ao Senhor , e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome:
Funcionamos corretamente quando adoramos a Deus. Fomos criados para Ele e louvá-lo é uma de nossas designações. Não que Deus precise de nosso louvor, não é isso; o Senhor é perfeito e de nada carece; nós, porém, somos agraciados quando lhe rendemos graças, pois fomos feitos de tal modo que somente assim nos realizamos de fato. Nosso ser se completa e cumpre perfeitamente seu objetivo quando se conecta ao Criador. Imagine um ventilador desplugado do interruptor, ele continuará sendo um ventilador, contudo não ventilará. Em Deus, o ser humano, verdadeiramente é inteiro e perfeito. Quem é a criatura para contender com seu Criador? Foi Ele quem nos fez e não nós a nós mesmos. Existimos porque Deus nos criou, do contrário não seríamos no mundo. A vida é o primeiro presente que recebemos de suas mãos, a oportunidade de usufrui-lo no mundo, de conhecê-lo. Se não existíssemos, como o conheceríamos?
Tendo essa consciência, devemos nos reportar a nós mesmos e ordenarmos às nossas próprias almas: Bendiga ao Senhor, louve-o com cada partícula corpórea.
Nossa natureza é preguiçosa e acomodada; precisa, portanto, ser constantemente confrontada. Desperta tu que dormes! Devemos vencer nossa carne, seu comodismo e ingratidão para com Deus; devemos subjugá-la com exercícios espirituais: orações, louvor, jejuns. Diga para ti mesmo, caro leitor, que deves louvar ao teu Criador com toda a tua força e entendimento. No fim das contas quem mais se beneficiará com tudo isso seremos nós.
Não é ninguém que deve nos instar à bendita adoração; nós mesmos o devemos fazê-lo. Essa prontidão deve estar em nossos corações. Claro que as escrituras nos ordenam: Louvai ao Senhor, entrai em seu santuário com cânticos, e esse lembrete externo é um meio de graça. Deus em sua infinita bondade, conhecendo nossa lentidão e natureza, nos providenciou "despertadores" para que acordemos do sono e, de pé, o louvemos com toda adoração.
Quão bem aventurado é o sujeito que a si mesmo conclama a louvar a Deus e render-lhe graças! Quão feliz é a pessoa que se dispõe sozinha, isto é, sem coerções externas, a louvar seu Criador, por livre e voluntária disposição. Pode-se dizer, sem sombra de dúvidas, que tal criatura é riquíssima diante dos céus, pois seu espírito encontra-se vivo e em perfeita operação. Como é bom estarmos com a saúde física em pleno estado, como é bom podermos realizar nossas atividades diárias com facilidade e agilidade. Do mesmo modo a saúde da alma manifesta-se claramente quando, livremente, decidimos bendizer a Deus com cultos domésticos, retiros pessoais, momentos de adoração em nossos quartos, longe dos olhares alheios, pois tenho certeza de que nossos cultos coletivos serão bem mais proveitosos quando tivermos o hábito de adorarmos a Deus em secreto.
O culto ao Senhor não deve partir de uma obrigação social, mas de uma decisão individual. Deus sonda os corações, ele sabe com certeza se todo o nosso ser está de fato empenhado a louvá-lo. Deus não aceita menos que isso: e tudo o que há em mim bendiga seu santo nome.
Nosso culto ao Eterno deve ser de todo o coração, mente e espírito. Não deve ser um mero rito costumeiro e formal. Deve nascer na consciência de quem Deus é e do que ele faz em nossas vidas.
II- Bendize, ó minha alma, ao Senhor , e não te esqueças de nenhum de seus benefícios:
Nossa mente é um mistério surpreendente. Ela é capaz de coisas incríveis, pois o Criador a dotou de uma plasticidade maravilhosa. Olhe para todas as maravilhas da vida moderna: a tecnologia, a ciência, a medicina. Tudo isso vem de Deus, pois foi ele quem dotou o ser humano de inteligência e poder criativo. Somos sua imagem e semelhança.
A mente humana é estupenda, capaz de aprender e realizar coisas extraordinárias. Há tanta arte no mundo, tanta beleza criativa, que expressa nossa vida, que toca nossas emoções. A música é uma criação lindíssima, a arquitetura, o cinema, a literatura. Tudo o que nossa mente é capaz de realizar realmente é magnífico.
Por que em se tratando das coisas de Deus nossas mentes são tão fracas? Lembramos de fórmulas matemáticas, de textos gigantescos para o teatro, de datas e fatos históricos, mas não nos lembramos de Deus e de seus feitos. Quão facilmente nos esquecemos de tudo quanto Deus já realizou em nossas vidas. É como se a alma sofresse de amnésia e precisasse com recorrência ser lembrada de seu Criador.
Lembra-te do teu Criador, nos disse o sábio Salomão. Lembra do dia do Senhor para santificá-lo, nos disse Moisés. Nossa mente, portanto, precisa ser despertada para guardar o que não devemos esquecer. Por isso o Senhor nos disse: medita nessa palavra de dia e de noite, porque ele mais do que ninguém sabe como nossas mentes funcionam.
Queridos leitores, Maria e José esqueceram Jesus no templo, o que só comprova o lastimável estado de nossas mentes quanto ao Senhor.
E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o souberam seus pais ( Lucas 2.43)
Precisamos, de fato, de uma restauração completa de nossos corpos. O pecado trouxe à humanidade sérios danos e não deixou de atingir nossa memória. Que o Espírito Santo restaure nossas cabeças, que seu poder de regeneração atue sobre nossas faculdades mentais para que Deus seja entronizado em nossos corações, de modo que não mais nos esqueçamos de seu santo nome.
III- É ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades; quem redime a tua vida da perdição e te coroa de benignidade e de misericórdia; quem enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a águia:
O salmista depois de despertar a própria alma para o louvor a Deus, começa a enumerar e contar para si mesmo os benefícios que Deus o concedeu. Este exercício é deveras importante e muito proveitoso para o bem estar de nossas almas. Precisamos com frequência elencar o que nosso Deus tem feito em nosso favor, e reforçarmos para nós mesmos que essas bênçãos não são frutos do acaso, ou são o resultado de nossos esforços, pois estamos inclinados a roubar-lhe a glória, atribuindo a nós mesmos as conquistas do Senhor. Tenhamos cuidado, não sejamos arrogantes nem ingratos como os incrédulos que nada atribuem a Deus.
O cristão tem consciência de que sem seu Deus nada pode realizar. Nele nos movemos, respiramos e existimos. Dependemos de Deus para tudo. Se acordamos, foi porque o Senhor renovou suas misericórdias. Tudo o Senhor nos concede, resta-nos reconhecer sua providência.
O salmista começa sua lista com o perdão dos pecados. Não há nada mais prioritário em sua percepção. Deus e somente Deus pode perdoar pecados. Nosso relacionamento com o Eterno só é possível mediante o perdão de nossas faltas, afinal Ele é Santo e nós somos pecadores; precisamos de sua graça para estarmos vivos em sua presença.
Jamais se esqueça desse benefício, caro leitor. Não se acostume com essa dádiva. Em Cristo Jesus nós temos acesso ao Pai, porque através de seu sacrifício na cruz, Deus foi reconciliado com aqueles que creem em seu nome. Quem invocar o nome do Senhor será salvo. Jesus Cristo nos cobre com seu sangue e nos torna aceitáveis diante de seu Pai Santo. Jamais nos esqueçamos disso, pois não há nada mais precioso. Em nossas ações de graça, o perdão divino deve ocupar sempre o primeiro lugar. As bênçãos espirituais são mais importantes que as bênçãos materiais, pois o corpo perece, mas a alma é eterna.
Depois o salmista nos conta que é Deus quem sara suas enfermidades. Antes de tudo, atentemos para essa verdade. Os incrédulos louvam a ciência e lhe rendem glória, mas quem dá inteligência aos homens? Toda dádiva perfeita vem dos céus. É Deus quem faz o nosso organismo funcionar, é Deus quem faz o remédio agir. Dizer tais coisas nos dias de hoje soa como supersticioso, porque cada dia mais nossa sociedade secularizada desacredita em Deus. Os que professam fé no Eterno são tidos como ignorantes ou imbecis.
Não devemos nos importar com o que dizem a nosso respeito. Cremos que Deus é poderoso para tratar nossos corpos e nos dar saúde, e isso ele pode fazer de diversas maneiras. Algumas vezes o Senhor Jesus apenas falava para o doente e o curava diretamente; outras vezes os tocava ou aplicava alguma substância sobre o enfermo, como no caso do cego, no qual aplicou lama nos olhos e o mandou se lavar. O profeta Isaías fez algo parecido com o rei Ezequias. Sua orientação foi: ponham uma pasta de figos encima da úlcera do rei e ele ficará bom ( 2 Rs 20.7) E assim sucedeu. Deus é nossa saúde, é ele quem nos cura, seja milagrosamente ou através de terceiros, seja com sua palavra ou medicamentos. A Ele damos glória.
O Senhor também nos resgatou da perdição, retirou nossos pés do charco de lodo. Sua graça não apenas nos perdoa, ela nos transforma. A graça de Deus nos torna aceitáveis, nos trata e nos purifica. Cristo nos resgatou do império das trevas e nos trouxe para sua luz. Cristo nos tirou da sombra da morte e nos colocou sob seus cuidados. Nossa recompensa foi sua misericórdia. Ele nos coroa de benignidade. Nosso troféu é dado pelos méritos dele e não pelos nossos. A coroa de vitória é a coroa de benignidade e não a coroa da meritocracia. Foi Ele e não nós quem nos redimiu da perdição. Perceba a palavra PERDIÇÃO. Estávamos perdidos e mortos em nossos pecados e delitos, mas Cristo Jesus venceu a morte por nós, venceu o pecado por nós, venceu o mundo por nós. A vitória dele é a nossa vitória.
Cristo nos enriqueceu com seus despojos. Ele encheu nossa boca de bens, nos tornou co-herdeiros em seu reino, nos colocou assentados nas regiões celestes, a destra de seu Pai. Jesus Cristo é o pão que enche nossa boca e mata nossa fome, que nos torna fortes em sua presença, que nos alimenta e nos sustenta vivos por sua graça. Ele nos enche de suas bênçãos e nos fortalece quando estamos cansados.
O profeta Elias entrou numa caverna e pediu a morte a Deus. Estava exausto de seu ministério profético. Lutou contra Jezabel e seus profetas de Baal, sentia-se sozinho e cansado. Deus enviou um anjo a Elias que o alimentou e o confortou.
"De repente um anjo tocou nele e disse: “Levante-se e coma”. Elias olhou ao redor e ali, junto à sua cabeça, havia um pão assado sobre brasas quentes e um jarro de água. Ele comeu, bebeu e deitou-se de novo. O anjo do Senhor voltou, tocou nele e disse: “Levante-se e coma, pois a sua viagem será muito longa”. Então ele se levantou, comeu e bebeu. Fortalecido com aquela comida, viajou quarenta dias e quarenta noites, até chegar a Horebe, o monte de Deus." ( 1 Rs 19.6-8)
É Deus que em sua infinita misericórdia nos fortalece e nos dá ânimo para seguimos nossa jornada nessa vida. Em meio a nossos medos e desilusões, o Senhor enche nossa boca de bens, de modo que somos renovados, nos sentimos jovens outra vez.
Quando Cristo ressuscitou dos mortos, apareceu a seus discípulos numa praia e os fortaleceu com comida. O Senhor sabia o que eles haviam passado, que precisavam de força, não os mandou orar nem fazer outra coisa, apenas os alimentou com peixes. Deus sabe exatamente o que precisamos quando estamos fracos. Ele mesmo vem até nós e nos fortalece. Muitas vezes só precisamos descansar de nossos trabalhos, assim como Elias o fez. Elias precisava dormir, precisava se alimentar, precisava de um tempo para si. Jesus teve com os apóstolos um momento de comunhão na praia, ao redor de uma fogueira, como amigos. Como isso faz bem para a alma abatida: contemplar a grandeza de Deus na natureza, parar para admirar a glória do Senhor na praia, no campo, num riacho, na companhia de nossos amados familiares e amigos, na presença de Jesus Cristo. Tudo isso é bênção do Senhor.
Enquanto estivermos nesse mundo, precisaremos do renovo do Espírito Santo. E assim será até nossa morte. Devemos descansar em Deus, desacelerar de nossas obrigações, ficar a seus pés santos e receber dele a vida. Por que nos fatigamos tanto?
Diga para sua alma que Cristo é descanso e renovo. Tire um tempo para ter santa comunhão com o teu Senhor, ele fortalecerá teu corpo cansado.
IV- O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos. Fez notórios os seus caminhos a Moisés e os seus feitos, aos filhos de Israel:
Deus é Santo e por ser santo exige dos seres humanos uma conduta justa diante de seus olhos. Na cruz, o Senhor fez notória sua santidade, pagando o preço pelos nossos pecados, demonstrando o quanto ele leva a sério a questão do pecado. A cruz de Jesus revela o Deus Santo que requer dos homens justiça.
Jesus Cristo, sendo nosso representante diante do justo juiz, foi condenado à morte, porque nossas iniquidades caíram sobre ele. Deus não poupou nem mesmo o seu Filho, o que apenas comprova sua imparcialidade diante do pecado. Quando Deus viu que os nossos pecados caíram sobre Jesus de Nazaré, não o poupou de seu castigo.
Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados. ( Isaías 53.4,5)
Cristo Jesus voluntariamente se pôs como nosso representante diante de seu Pai para carregar em seu corpo nossos pecados afim de nos salvar da condenação. Essa foi a sabedoria de Deus, o meio pelo qual Deus puniu o pecado e nos salvou, nós que cremos em seu Filho, de uma única vez, matando dois coelhos com uma única cajadada. Assim, a cruz do Senhor revela o caráter santo de nosso Deus que odeia o pecado, ao passo que também revela seu amor pelos pecadores. Deus não tem prazer na morte dos ímpios. Sua vontade é que os seres humanos cheguem ao conhecimento da verdade e se arrependam de seus pecados, crendo no nome de Jesus Cristo, como único salvador de suas vidas, o único mediador capaz de justificá-los diante do Santíssimo Pai.
O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. ( Isaías 53.6,7)
O Deus que odeia a opressão foi oprimido. O Deus que ama a justiça foi injustiçado pelo veredito dos reis da terra, dos príncipes de seu povo e pela livre escolha da população de seus dias na terra.
Quem pode acusar o santo de Israel de qualquer coisa quando ele mesmo bebeu do cálice mais amargo? Ele foi rejeitado e desprezado por todos, e isso tudo sem merecer. Ele foi santo e justo em todos os seus caminhos. O que ele recebeu em troca? A morte e o desprezo absoluto. Cristo Jesus só fez o bem enquanto viveu entre os seres humanos, e tudo o que lhe deram de volta foi ingratidão. E ainda assim, no alto da Cruz ele rogou ao Pai, pedindo misericórdia para seus escarnecedores. Que amor é esse que ele tem por nós?
O Deus santo não o poupou. Sua ira santa contra as maldades dos seres humanos recaiu sobre Jesus de Nazaré, para não ter que outra vez recair sobre os que creem em seu nome. Não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque o perdão já foi dado a estes. O Deus que é justo não pode cobrar duas vezes pela mesma dívida paga. O Senhor Jesus Cristo rasgou a cédula de nossa dívida e nos libertou da santa e justa ira de Deus contra os pecados, basta que confessemos o nome de seu Filho como nosso justificador. Se cremos que Deus enviou a Jesus para ser nosso salvador, se cremos que Ele cumpriu toda a lei a nosso favor, vendo nossa própria incapacidade de satisfazê-la, se cremos que seu sangue é o suficiente para apagar nossas iniquidades, se cremos que Ele vive e nos ama, então não temos com o que nos preocuparmos.
Deus manifestou ao mundo seu grande plano de salvação.
Ele jamais deixaria tão grande feito cair no esquecimento. Por isso ele mesmo disse: Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura, ensinando a guardar todas as coisas que vos tenho ensinado, batizando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Eis que estou convosco até a consumação dos séculos.
O Senhor também instituiu a santa ceia como memorial de sua aliança com os seres humanos, para jamais nos esquecermos do que ele fez em nosso favor. Fazei isso em memória de mim, nos disse.
V- Misericordioso e piedoso é o Senhor ; longânimo e grande em benignidade. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades:
A natureza de Deus é Amor. Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Deus por nos amar, nos enviou seu Filho amado para ser nosso mediador e Senhor e para através dele termos acesso às promessas.
São as misericórdias do Senhor que nos possibilitam viver em sua presença, sermos tratados como filhos e não como estranhos. A graça de Deus nos dá o que não merecemos. Perceba o que o salmista diz: Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades. A graça de Deus nos recompensa com salvação e vida, mas o que merecíamos não era bem isso. Nossos pecados deveriam ser punidos com o castigo divino, afinal o salário do pecado é a morte. Contudo, como Cristo já pagou o preço de nossa dívida, podemos receber todos os benefícios de sua Graça.
Não devemos ter, portanto, nenhum senso de justiça própria em nós, pois somos salvos pela graça por meio da fé, isso não vem de nós, é dom de Deus. Devemos ser humildes diante do Eterno, porque ele não nos devia nada; se Ele nos tratou graciosamente foi porque ele mesmo quis agir assim, demonstrando a grandeza de sua bondade, e não porque nós merecíamos seu amor e perdão. Que não haja em nós esse sentimento perverso. Demos ao Senhor a glória devida a seu nome, foi ele e não nós quem nos fez povo seu e ovelhas de seu pasto.
VI- Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto está longe o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões:
Vejamos agora a quem se aplica essa graça tão grandiosa. Sobre aqueles que temem o nome do Senhor, nos diz o salmista. Ora, como valorizaremos o que o Senhor fez se ele não nos fizer conhecer sua obra redentora? Por isso Ele nos envia pregadores para nos informar sobre seu perdão, então quando cremos pela fé em sua verdade e o confessamos diante dos homens, somos acolhidos em sua família. Pela fé Deus nos deu o poder de sermos feitos seus filhos.
Seu perdão afasta de nós as nossas transgressões, por isso ele não nos trata com indiferença, pois por causa do sangue de Jesus que nos cobre, Deus não mais enxerga nossos pecados.
Quão profundo é o seu amor. Devemos orar, pedindo que Deus nos revele a profundidade e a largura deste amor, se é que um dia conseguiremos compreender o tamanho desta salvação.
Paulo diz: Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa ( Efésios 1.13)
Perceba que nem sempre estivemos na família de Deus. Isso apenas ocorre depois que ouvimos o evangelho e acreditamos na palavra. Quando cremos em Cristo, Deus nos sela com seu Espírito, e isto comprova que agora somos dele.
Paulo deseja deixar bem claro a mudança de status que os pecadores recebem quando creem em Jesus Cristo e na benignidade do Senhor:
E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência; Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. ( Efésios 2.1-13)
Desse modo, não podemos dizer que todos serão salvos, mas somente aqueles que temem e conhecem o Senhor, que reconhecem o que ele fez por eles, que se humilham diante de sua bondade.
Vejamos também a oração de Jesus por aqueles que creriam em seu nome:
Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti; Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. Agora já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti; Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste. Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e neles sou glorificado. E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse. Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade. E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim. Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste a mim. E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja. ( João 17.1-26)
A mesma graça que nos perdoa e nos salva, é a mesma graça que nos santifica, isso porque o próprio Jesus rogou por nós, os que cremos em seu nome.
VII- Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem. Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.
Deus é Pai. Essa verdade não pode ser esquecida. Primeiramente, Deus é o Pai de Jesus Cristo, e sobre tal fato o próprio Deus deu testemunho: este é o meu filho amado, em quem me comprazo ( Mateus 3.17)
Cristo Jesus se relacionava com Deus, tratando-o como Pai, inclusive em sua oração mais conhecida nos ensinou a invocarmos a Deus chamando-o de Pai, pois todo aquele que crê em seu nome torna-se filho de Deus ( Gálatas 3.26). Desse modo Deus não mais é chamado de Pai pelos cristãos por ser o criador do universo e da vida, mas por ter Ele adotado em sua família aqueles que confiam no Cristo ressurreto.
Deus nos deu o Espírito de seu que clama Aba Pai, e este Espírito testifica com o nosso espírito que agora somos filhos de Deus. Sua misericórdia nos alcançou a este ponto!
É o Espírito Santo quem opera a grande transformação salvadora na vida dos pecadores, capacitando-os a viverem de modo tal que Deus, o Pai, alegre-se conosco. Quem pratica a justiça e anda em amor é nascido de Deus.
Os filhos de Deus carregam em seus corações o amor do Pai. Por isso João foi enfático ao declarar que aquele que não ama a seu irmão, não é filho de Deus. Aquele que está em Cristo deve andar na luz, seguindo seus passos. Caim matou a seu irmão Abel, pois era do maligno; quem ama não mata seus irmãos, pois o amor é benigno.
Deus se compadeceu de nós: do céu contemplou nossa perdição e nos enviou um Salvador, completamente justo e poderoso em amor para nos livrar da maldição que por sobre nós estava posta. Deus sempre soube de nossas limitações e fraquezas, por isso, vendo nossa incapacidade de nos salvarmos a nós mesmos, nos deu seu Filho unigênito para que crendo nele sejamos salvos da ira vindoura. Nisto se manifestou o amor de Deus, em que fomos amados quando ainda éramos pecadores. Deus nos amou quando éramos fracos e indignos para que, assim como ele, amássemos os que nessa condição se encontram. Misericórdia quero e não sacrifício.
Aprendamos a suportar as fraquezas uns dos outros, ajudemos uns aos outros na caminhada cristã, exortando-nos uns aos outros, animando-nos uns aos outros até o glorioso dia da volta de Jesus Cristo, assim o amor do Pai será perfeito em nós.
Deus será louvado de eternidade à eternidade pela sua Graça revelada em Cristo Jesus por aqueles que foram perdoados e lavados em seu sangue, que em suas vidas passageiras demonstraram o amor divino entre os habitantes da terra, que testemunharam sua fé no Senhor, proclamando seu santo evangelho, pois ele nos ordenou que pregássemos suas novas em todas as nações. Nossa bandeira é a cruz do Messias. Seu mandamento é o amor, pois o Pai é amor.
Deus será louvado pelos remidos, pelos anjos e por toda a criação restaurada, pois livremente mostrou seu amor para com suas criaturas, nos perdoando em Cristo Jesus, através de quem fomos com ele reconciliados. Louvado seja o seu nome para sempre. Amém.
👏🏼✨
ResponderExcluir👂🏻💌❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️
ResponderExcluirDeus me respondeu com esse Salmo de forma sobrenatural e linda.
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