quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

O RETRATO DE UM HOMEM BOM



Louvai ao SENHOR. Bem-aventurado o homem que teme ao SENHOR, que em seus mandamentos tem grande prazer. A sua semente será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada. Prosperidade e riquezas haverá na sua casa, e a sua justiça permanece para sempre. Aos justos nasce luz nas trevas; ele é piedoso, misericordioso e justo. O homem bom se compadece, e empresta; disporá as suas coisas com juízo; porque nunca será abalado; o justo estará em memória eterna. Não temerá maus rumores; o seu coração está firme, confiando no Senhor. O seu coração está bem confirmado, ele não temerá, até que veja o seu desejo sobre os seus inimigos. Ele espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em glória. O ímpio o verá, e se entristecerá; rangerá os dentes, e se consumirá; o desejo dos ímpios perecerá.
POR FRANKCIMARKS OLIVEIRA

São poucos os homens bons neste mundo, disse o salmista (Sl 12.1), e é verdade. Não precisamos fazer muito esforço, caso nossos “olhos” estejam saudáveis, para chegarmos à mesma conclusão que ele.  

Nesta breve mensagem irei retratar o perfil bíblico de um homem bom. Irei confrontar a ideia religiosa de retribuição/ salvação pelas boas obras. Mostrar a perspectiva do evangelho sobre recompensa/ galardão.

Espero que essa mensagem sirva para consolidar uma fé genuinamente cristã nos corações de meus leitores sinceros. Desejo que haja uma mudança de paradigma quanto ao assunto proposto, de modo que sejamos todos humildes diante do Eterno.

A BONDADE VEM DE DEUS OU ESTÁ EM NÓS?

É motivo de louvor o fato de existir, aqui e acolá, um ou outro homem/ mulher de bem. Deus, em sua glória, deve ser louvado quando nos depararmos com tais indivíduos, pois se esses existem, que sejamos nós também parte desse pequeno rebanho, é graças ao trabalho insistente de Deus.

É bem verdade que o salmista alega haver recompensas para os que são bons, tais quais prosperidade, riquezas e etc. como se a bondade fosse algo que parte do próprio benfeitor e por isso mesmo necessitasse de reconhecimento, ficando Deus como mero galardoador. Eu, contudo, não creio que seja assim. Acredito como Paulo:

Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. (Efésios 2:10)

        Se Deus nos retribui as boas obras praticadas, e se nossas boas obras são reflexo de seu aperfeiçoamento em nós, logo, Deus retribui a si mesmo em nós.

QUAL O CONCEITO QUE TEMOS DE BONDADE?

        Feliz aquele que medita em sua palavra ( v.1)

Se a bíblia é o mapa do tesouro que nos conduz para sermos bem-sucedidos em nossa jornada e se alcançamos nosso objetivo graças a ela, então já não é por nosso mérito que alcançamos, mas pelo de Deus que nos orientou. Assim também o homem bom reconhece que a bondade que pratica não vem dele mesmo, mas de Deus, que não somente o ensinou sobre a bondade como dever, mas lhe deu condições físicas e espirituais de exercer aquilo que aprendeu na bíblia, na vida, no mundo.

Sem Deus não haveria homens bons na terra. Se Deus não guardasse para si um remanescente, nenhum de nós falaríamos com doçura em seu nome ou reconheceríamos as obras de suas mãos. Deus nos conserva a fé, depois de nos ter dado a fé, para que caminhemos crendo em seu nome. De modo que tudo vem dele. “Por ele e para ele são todas as coisas”.

Não há nenhum justo sequer, disse o salmista ( Sl 143.2) Todos nós somos pecadores aos olhos de fogo Dele. Nossas obras por melhores que sejam, não passam de obras manchadas pelo pecado. Deus é Santo, portanto não pode receber de mãos sujas o que quer que seja. Por isso, Deus só recebe de nós aquilo que ele mesmo fez em nós e por nós. Desse modo ele pode nos recompensar.

Toda recompensa, nesse sentido, se manifesta, não como retribuição divina, como se Deus antes estivesse em dívida, mas como pura graça e generosidade do Pai Celeste. Deus é misericordioso e bom, tem enorme prazer em agradar seus filhos, enchendo-os de dádivas, ainda quando estes não merecem (filho pródigo)

Logo, o Evangelho não nega que haja da parte de Deus uma “recompensa” para aqueles que façam o bem, todavia, a perspectiva do evangelho é outra, diferente da ensinada pelas religiões.

Deus não tem obrigação alguma em retribuir o bem, afinal, é nosso dever ético agirmos justamente. “Faça aos homens o que você quer que lhe façam”. A vida em sociedade só é possível assim.

Não há mérito em não matar. Eu não sou uma pessoa melhor por não matar alguém. Se não mato, cumpro apenas com minha obrigação moral de não tocar naquilo que não me pertence.

Matar me torna alguém pior, porém não matar não me acrescenta nenhum louvor. Há uma diferença latente entre não matar e promover a vida. Eu posso não matar ninguém e ainda assim não promover vida. Agora eu posso, não matando, ir além dessa obrigação e gerar vida na sociedade através do bem, do amor.

DEUS É A FONTE PRIMÁRIA DO BEM

O homem é, por causa da graça universal de Deus, capaz de fazer o bem. Existe, mesmo no homem caído, uma centelha da imagem de Deus. Nós fomos feitos à imagem dele, que é amor ardente. Por isso necessitamos amar, dependemos disso para sermos realizados, porque em essência somos como Deus.

Até o pior dos criminosos carrega em seu peito essa fagulha. Hitler amava sua família? Quem pode negar isso? Um estuprador sente amor por alguém? Por que não haveria de sentir?

Restou em todos nós um fragmento das digitais divinas. Se amamos, amamos por causa dele.

O simples fato de Deus ter nos trazido a existência, quando estava desobrigado em si mesmo, pois como perfeito que é, Deus bastava-se em todas as eternidades, mostra o seu amor desprendido.

Deus quis compartilhar a vida conosco. Poderia ser ele mesmo a vida do universo e não somente ser a vida, mas tê-la só pra si. Contudo, Deus quis dividir a beleza que ele mesmo criou com cada um daqueles que viria ao mundo.

Existir já é muita coisa. Ainda que a vida seja cheia de sofrimento, o fato de estarmos vivos, aqui e agora, podendo conhecer a realidade, podendo tomar conhecimento da existência de Deus, podendo formar uma família ou seja o que for, já é motivo para nos alegrarmos.

Deus foi bom o bastante pelo simples fato de ter nos criado. Mesmo que ele não fizesse mais nada por nós, ainda assim, deveria ser chamado de Bom para sempre.

Deus me deu consciência de que existo. Deus me deu a oportunidade de fazer algo com minha vida. Isso por si só já não e muito?

BONDADE COMO UM CAMINHO PARA REALIZAÇÃO PESSOAL

Assim, tendo refletido em todas essas questões, o homem bom é grato. Ele olha para o céu e sabe que recebeu tudo o que precisava para ser feliz. Não somente é grato, mas demonstra sua gratidão agindo como Deus: sendo piedoso, misericordioso e justo com os que o cercam. (v.4)

Assim como Deus espalhou a vida e nos deu aquilo de que necessitávamos para viver, o homem bom espalha suas boas sementes caminho afora. O homem bom empresta ao aflito, perdoa o ofensor e não retém o bem. Não espera nada em troca porque é consciente de tudo o que já tem recebido das mãos divinas. O amor como objeto é o próprio galardão.

Olhem para Cristo e vejam Nele esse homem bom, imagem perfeita do Pai. Cristo andou pela terra fazendo o bem e curando a todos os oprimidos. Ele distribuiu comida aos famintos, curou enfermidades, ensinou o caminho da justiça, deu de beber a quem tinha sede, perdoou pecados.

Concluo dizendo: todo homem bom se parece com Jesus. Aliás, Deus nos fez e nos salvou e nos justificou para sermos como Cristo. Deus está nos moldando para ficarmos a cara do Senhor. Cristo é a pintura ideal. Ao nos pintar, Deus olha para seu filho amado.

Que Cristo seja nosso modelo e caminho.

sábado, 15 de setembro de 2018

É JUSTO O QUE FAÇO?


É lícito o homem repudiar sua MULHER por qualquer motivo? ( Mt 19.3)


Por Frankcimarks Oliveira


Este mundo é dos homens, sempre foi. Foram os homens quem escreveram a história e deram sua versão dela à posteridade. Os homens escreveram os livros, fizeram as leis, governaram as cidades. Claro, que tendo usufruído deste poder descomunal, precisavam manter em sujeição a mulher, sua rival.

As mulheres ainda hoje precisam lutar pelo seu lugar no mundo, porque os homens, alguns deles, ainda se recusam a enxergá-las como iguais. Apenas após a primeira guerra mundial foi que a mulher conseguiu alcançar alguns poucos direitos. A luta delas não é contra nós homens, é contra a desigualdade e injustiça que sofrem, logo, todo aquele que tem sede de justiça se coloca ao lado delas.

Infelizmente, aqueles que são contra as melhorias das condições de vida das mulheres, utilizam-se, muito indevidamente, do discurso da fé em Deus, das tradições familiares e etc. para legitimar suas ideias egoístas contra, por exemplo, salários justos e equivalentes para estas. Existem aqueles que se dizem contra a inserção delas no mercado de trabalho, porque segundo eles, Deus fez a mulher para ser dona de casa e auxiliar de seu marido.

Veremos hoje o quão mesquinho é o ser humano e o quanto é capaz de manipular as escrituras sagradas para conseguir o que desejam. Deus não pode ser manipulado por homens, sejam religiosos, teólogos ou que for. Deus sempre estará do lado dos oprimidos, dos mais fracos, ainda que desagrade uma vasta maioria.

Jesus foi interrogado pelos fariseus acerca do desquite. “É lícito o homem repudiar sua MULHER por qualquer motivo?” ( Mt 19.3) Percebe-se que eles esperavam uma resposta positiva, pois acreditavam e ensinavam que o próprio Moisés tinha autorizado tal prática. (V.7) “Moises, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa da fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério”. ( v.9)

O sexo é uma aptidão poderosa em nós. A mulher, contudo, não pode ser vista apenas como objeto sexual. Antes disso, ela é um ser humano, feita à imagem e semelhança de Deus, digna de cuidado e respeito.

Os fariseus eram como qualquer outro homem de sua época. A diferença entre eles e os demais era que sabiam manusear bem as escrituras. Entenderam que havia uma brecha na lei mosaica que os permitia repudiar suas mulheres por qualquer motivo. Jesus os contradisse. Ora, o divórcio não pode ser banalizado, afinal, o homem não está lidando com uma coisa ou um animal, está lidando, como já disse, com um ser humano. Portanto, várias questões devem ser analisadas.

Tal atitude só revelava a dureza dos corações destes homens em relação às mulheres. Eles não percebiam o quanto o que eles diziam e faziam revelava quem eles realmente eram: maus e canalhas. As palavras e os gestos de uma pessoa falam mais do que podemos imaginar.

A mulher naqueles dias dependia do pai ou do marido. Sem um homem a seu lado, ela estava praticamente inerte, aleijada. Não tinha poder aquisitivo, nem herdava bens, desse modo um divórcio sem motivo a arruinaria. Provavelmente ela mendigaria ou se prostituiria para sobreviver. Ela nem se quer era contada nos censos, não podia participar de certas cerimônias e não tinha voz para questões políticas ou religiosas.

O mesmo tratamento indiferente recebia as crianças. (Mt 19.13-15) Jesus repreendeu seus discípulos que tentavam impedi-las de se aproximar. “O reino dos céus pertence a elas”, disse. Ora, isso tudo para mostrar o quanto os homens excluíam e excluem os mais fracos.

Jesus recebeu mulheres em seu grupo. Perdoou pecadoras e deu-lhes funções em sua comitiva, mostrando que perante Deus, somos todos iguais, não importando o gênero. Jesus deu voz às mulheres. O testemunho de uma mulher não era levado em consideração, apenas o de dois homens. Ao ressuscitar dos mortos, Jesus apareceu para Maria Madalena, constituindo-a uma apóstola para os demais acerca de sua vida. Será que isso não tem valor? Ele não apareceu de cara para um homem. Escolheu uma mulher para dizer que estava vivo, só depois, por causa daquela tradição boba, apareceu para Pedro e João.

Deus inverte as coisas. Defendeu as mulheres oprimidas de seus dias. Chamou as crianças para seu reino. Convidou leprosos, mendigos, cegos, coxos, analfabetos, todos os rejeitados e marginalizados pela sociedade para estarem em sua companhia. O que surpreende os homens, não surpreende a Deus. Nem mesmo o jovem rico que aparece na narrativa em seguida o surpreende. Dinheiro algum pode comprar Jesus, nem suposta obediência à lei. Deus não se deixa levar pela aparência das coisas.

Aquele dinheiro poderia ser distribuído aos pobres, e isso sim agradaria a Deus. Há muita injustiça nesse mundo e Deus se importa com os justos, isso é, com aqueles que buscam justiça, fazer justiça.

Repudiar uma esposa sem motivo não é justo. Excluir uma criança (um pequenino) do reino de Deus não é justo. Reter riquezas enquanto milhares passam fome não é justo. Os filhos do Deus justo hão de fazer o que é certo.

Uma mulher fazer uma mesma função de um homem em determinado emprego e receber menos não é justo. Ser distratada pelo simples fato de ser mulher não é justo. Ser assediada em público por causa de suas vestes não é justo. Ser humilhada e apanhar do marido em casa não é justo.
Pense leitor, você acha certo perpetuar discursos de ódio que diminuem seres humanos? Se por acaso você é daqueles retrógrados que pensam “tudo bem uma mulher ser estuprada”, então você pode ser tudo, menos um filho da luz.

Também vale frisar o que eles perguntam : É lícito? Nem tudo o que é legal é justo. Não podemos esquecer que a segregação racial já foi amparada por lei. A escravidão também já foi legal e nem por isso é justa. A lei humana reflete muito nosso egoísmo. Fazemos leis para todos?

Antes de qualquer coisa, leitor, pense no seguinte: É justo o que faço? Como minhas ações revelam meu coração diante de Deus? Estou buscando fundamento legal para ser um hipócrita desonesto?

Para concluirmos, o texto acima trata do egoísmo masculino, apegado ao sexo e ao dinheiro, incapaz de se importar com o bem-estar dos outros. Esse é o grande pecado: não amar o próximo, seja mulher, criança, negro, jovem, idoso. Deus é amor, Deus é Justo, Deus julgará nossas ações. Amém.


sexta-feira, 13 de julho de 2018

Apenas o Necessário


Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos. (João 13:5-10)

Por Frankcimarks Oliveira
Objetivo desta mensagem:

1-    Refletir sobre as coisas realmente necessárias em nossas vidas;
2-    Refletir em nosso exagero cotidiano;
3-    Refletir em nossa falta de objetividade.

O importante nesta mensagem hoje não é analisar o exemplo de serviço cristão dado por Jesus. Também não pretendo analisar a traição de Judas, nem meditar na ceia do Senhor. Gostaria de focar na resposta concisa e clara de Cristo a Pedro: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos!

Esse termo “Não Necessita” despertou minha atenção. É sobre ele que falaremos agora.

Você sabe do que realmente precisa para viver? Será que eu e você temos alguma ideia do que realmente é necessário para nossa vida e felicidade? Provavelmente não.
         Geralmente perdemos com muita facilidade o foco das coisas importantes. Gastamos nosso tempo e energia com coisas secundárias e supérfluas. Essa não é a vontade de Deus para nós.

         Uma vida sem atenção, sem reflexão e objetivo, é uma vida desperdiçada. Deixamos de fazer o que deveríamos fazer, porque não nos demos conta de que o que estávamos fazendo era DESNECESSÁRIO.

         O que eu tenho feito com meu tempo?
         O que tenho feito com meu trabalho?
         O que tenho feito com meu dinheiro?

         Eu sei bem do que estou falando. Algumas vezes converso demais. No fim do dia sinto-me esgotado e arrependido de quase tudo que falei. Percebo que para nada se aproveitaram horas e horas de palavras desperdiçadas. Deveríamos falar apenas o necessário. Responder quando interrogados, perguntar quando em dúvidas, mas nunca criticar sem propósito ou julgar sem ser solicitado.

         Às vezes como mais do que deveria e sinto-me desconfortável. Minha barriga dói e tudo o que eu gostaria de fazer era voltar o tempo. Por quê comemos quando não temos fome? Por quê extrapolamos os limites que já conhecemos tão bem? Deveríamos comer apenas o necessário, a porção exata para matar nossa fome e nos manter saudáveis. Queremos, muitas vezes, aliviar uma ansiedade. Tentamos compensar uma falta, uma ausência, um vazio do coração.

         Tem dias que acordo eufórico. Saio de casa querendo comprar o mundo inteiro. Eu não preciso do mundo inteiro, preciso apenas do necessário para um dia, afinal, só tenho um dia para ser vivido por vez. Tenho uma sede de experimentar tudo rápido demais como se tudo fosse acabar amanhã.

         Nosso consumismo é exatamente isso: falta de compreender o que precisamos de verdade. A maioria dos bens que compramos são desnecessários. Eu mesmo tenho compulsão por comprar livros. Minhas duas estantes estão abarrotadas de livros não lidos, mas meus olhos permanecem fixos nas livrarias virtuais. Sei que amo ler, mas quem garante que estarei vivo amanhã para finalizá-los? Minha meta é ler um livro por vez, comprar um livro por vez. Sei que um dia chego lá.

         Hoje Deus falou comigo através dessa passagem: Se você está limpo, não precisa tomar banho, lave apenas os pés.

         Como nunca havia percebido isso antes?
         O que Deus está nos dizendo é: O que você faz, precisa ser feito? O que você pede, é necessário? O que você busca é realmente importante? Qual o propósito de tudo isso?

         É libertador compreender a necessidade das coisas. Podemos economizar tempo e energia. Podemos nos dedicar ao que realmente é necessário. Vamos nos livrar dos excessos. Vamos doar o que não precisamos. Temos roupas demais, sapatos demais, livros demais.

         Pedro era um homem exagerado em tudo o que fazia. Sua intensidade é conhecida por todos. Era um homem sincero e simples, movido por suas paixões. Primeiro ele repreendeu a Cristo quando este quis lavar seus pés. Quando enfim compreendeu aquele gesto, pediu um banho inteiro. Pedro vivia nos extremos dos polos. Eu me identifico com ele, somos muito parecidos.

         Jesus, muito educadamente, ensinou a Pedro o valor da objetividade. “Pense Pedro, pense. Se você já tem algo, porque continua atrás disso? Se você já recebeu o que procurava, por quê continua buscando, como se não tivesse?

         Será que nós já não temos o que precisamos e ainda não nos demos conta disso? Será que aquela antiga oração já não foi atendida e nós nos ajoelhamos, insistindo em pedir sempre as mesmas coisas? Pense!

         Jesus também quis mostrar a Pedro que não precisamos de muito para sermos felizes. Não precisamos de tanto para estarmos bem. Infelizmente não é isso que a mídia e a propaganda ensinam. O capitalismo nos enganou. Caímos nas mentiras sutis dos comerciais de margarina.

         Precisamos de paz, de saúde, de amor, de comunhão, de Deus. Precisamos de nossos familiares, amigos. Precisamos do básico: pão, vinho. Não deveríamos nos preocupar tanto com coisas tão pequenas.

         Talvez você não entenda que o importante mesmo é o básico das pequenas porções porque há anos foi convencido pela indústria do entretenimento de que o pouco não basta. Tudo tem que ser muito, senão não serve. Isso não é verdade.

         Eu já sou feliz, não preciso correr atrás da felicidade.
         Eu já estou suprido, não preciso de mais.
         Eu já estou limpo, não preciso tomar banho.

Que Deus encha nossos corações de gratidão e que abra nossos olhos para discernir o que realmente importa e o que realmente é necessário. Que nossos pés não saiam dessa trilha e que nosso objetivo seja forte. Amém.

Versículos de apoio:

Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário...
( Filipenses 4.16)

Porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.
( Mateus 6.8)

Compra o que nos é necessário para a festa ( João 13.29)

domingo, 8 de abril de 2018

O menor é o Maior


Quem é o maior no reino dos céus?
(Mt 18.1)
Por Frankcimarks Oliveira

Objetivos:
1-    Analisar o comportamento dos discípulos em relação ao poder e a vaidade;
2-    Analisar o exemplo de Jesus e seus ensinos sobre o poder;
3-    Analisar o desvio da igreja desses ensinos.

Leia todo o capítulo de Mateus 18.

Nossos corações são vaidosos e cheios de caprichos. Disputamos por posições e por coisas que não deveríamos, até mesmo quando o nome de Deus está envolvido. Foi isso que os discípulos de Jesus fizeram logo após a transfiguração do Senhor no monte. Eles ainda não discerniam bem o que aquilo queria dizer.

Ao verem Elias e Moisés diante de Jesus glorificado, ficaram vislumbrados. Depois, cheios de expectativas, perguntaram quem era o maior no reino dos céus. Para sua infelicidade, viram Jesus colocando um menino no meio deles. Essa foi sua resposta: “Se não vos fizerdes como este menino, de modo algum entrareis no reino dos céus.” O maior para Deus é o menor e mais simples. Por que temos tanta dificuldade para entendermos isso?

Jesus foi um homem humilde, sem brilho, sem posição social, sem destaque, era apenas um carpinteiro, nasceu numa manjedoura, foi pobre, cresceu na periferia, não tinha parecer nem formosura, estava completamente na margem oposta daquilo que seria considerado grande e importante. Foi crucificado entre ladrões, considerado um rebelde. Contudo, como afirmou um dos soldados romanos na hora de sua morte: Este homem era verdadeiramente o filho de Deus.

Deus está sempre ao lado dessa gente marginalizada, suja e feia, pobre e miserável. Deus não está nos grandes salões de festas ou nos banquetes com os reis, não. Deus está na cadeira elétrica, nas favelas, nos guetos, nas calçadas, junto de moradores de ruas. Deus está nos presídios, onde ninguém jamais imaginaria que ele estaria. Porém, queremos acreditar que por ser Deus ilustre e maravilhoso, ele deve estar rodeado de beleza e de gente importante.

Jesus andava com prostitutas e bêbados, publicanos, pescadores e gente sem instrução intelectual. Por que perguntamos a Deus quem dentre nós é o maior? Será que nunca vamos entender seu Espírito?

Quando desejamos nos destacar nas igrejas com nossa sabedoria ou performasse religiosa, estamos bem afastados de Jesus. Quando achamos que nossa posição eclesiástica ou as roupas que vestimos determina nosso prestígio diante dos céus, mostramos que de fato nunca conhecemos o evangelho do nazareno.

Não deve haver no coração de um cristão essa interrogação: quem é maior no reino dos céus? Por que e como essa bendita pergunta foi parar ali? Que diferença faz saber quem está sendo mais relevante para o reino de Deus no momento? Ou quem é o verdadeiro representante de Deus na terra?

Deus colocou Elias e Moisés diante de Jesus. Esses dois homens foram os maiores de seu tempo. Falavam com Deus face a face e faziam sinais extraordinários. Contudo, agora, diante do simples carpinteiro de Nazaré, Deus testemunhou para que todos pudessem ouvir: Este é o meu filho, ouçam-no.

Nem Moisés nem Elias são alguma coisa perto de Jesus. Portanto, sabendo que aquele que era o rei, fez a si mesmo de escravo, por que ainda nos interessamos por status ou coisas desse tipo? Não faz sentido.

O cristianismo é por essência uma religião de gente desimportante, pelo menos da perspectiva secular. Escravos e pescadores eram os principais seguidores de Jesus. Roma zombava dessa seita nazarena. “Eles seguem a um deus morto”, diziam.

Jesus não veio chamar os justos, mas os pecadores. Não veio para os sábios, mas para os loucos, não veio para os escribas, mas para os indoutos. Jesus não veio chamar os saudáveis, mas os doentes, nem os que são, mas aqueles que não são, isto é, que são considerados a escória deste mundo.

Como há muito tempo a igreja se desviou da simplicidade do evangelho, não percebe que não possui o mesmo espírito de Jesus. A igreja deixou de andar com os pobres e imundos para andar com príncipes, reis e políticos. A igreja deixou de lutar pelos órfãos e viúvas para lutar pelos interesses dos ricos e bem-nascidos, que só exploram os mais miseráveis. A igreja passou a se importar mais com a grandeza de seus templos adornados de ouro do que com as pessoas que sofrem.

Jesus se importa com as ovelhas feridas e desgarradas. A igreja se importa com a quantidade de membros assíduos em suas reuniões. Não há humanidade na liderança cristã, e isso não vem de hoje.

Deus não dá a mínima para edificações religiosas que colocam seu nome na fachada. Deus se importa com as relações humanas, com a misericórdia dada e vivida. “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali eu estarei no meio deles”. Onde há amor e fé, há Deus.

É bizarro ligar a tv e ver um pastor falando em ódio, em eliminar os diferentes, achando que ao agir assim, está lutando pelo reino de Deus. Na verdade, ele está fazendo o oposto. A mensagem do evangelho é a reconciliação e não a guerra. “Se teu irmão pecar contra ti, perdoa-o setenta vezes sete”.

A igreja cristã se esqueceu que um dia foi minoria, que um dia foi morta nos coliseus da vida, que foi perseguida e apedrejada. O oprimido quando sobe ao poder, sente um enorme de desejo de oprimir. Mas Jesus ensinou a dar a outra face e não pagar mal com mal.

A igreja cristã se tornou uma instituição rica, influente e poderosa, por isso se desviou tanto do Senhor. Nós que recebemos misericórdia de Deus, deveríamos também dar misericórdia ao nosso próximo. Nunca nos esqueçamos o lugar de onde viemos. Cristo pagou nossa dívida perante o Pai, que possamos nós também, perdoarmos as dívidas dos que nos devem.
Quando estamos por baixo, somos humildes e até imploramos por socorro. Mas quando ascendemos um pouco, quando estamos por cima da carne seca, como se diz, nos tornamos arrogantes e impiedosos. Não deveria ser assim.

O poder transforma negativamente os homens. “DÊ PODER A UM HOMEM E VOCÊ O CONHECERÁ DE FATO”. O poder nos dá uma falsa sensação de superioridade. Mas não se esqueça, Jesus colocou um menino diante dos discípulos para que eles o tivessem como modelo. Nossa escada é para baixo. Quanto mais descemos, mais subimos. Termino dizendo que o cristianismo é sim uma religião de amor , compaixão e misericórdia, ainda que a Igreja esteja tão desviada do evangelho e não passe essa impressão.

Os meninos ao conhecerem o poder se tornam homens. Os homens ao conhecerem Jesus, se tornam meninos.

domingo, 25 de março de 2018

A EXPERIÊNCIA DA FÉ CRISTÃ


Este é o meu Filho ( Mateus 17.5)

Por Frankcimarks Oliveira
Objetivos:

1-    Demonstrar a necessidade de uma experiência mística e individual com Deus para a fé cristã,
2-    Demonstrar a diferença entre o conhecimento de fé (credo) e fé como acontecimento,
3-    Demonstrar quão facilmente se equivocam os homens acerca da fé cristã e da genuína espiritualidade.

Observação: É necessária a leitura integral do capítulo de Mateus 17 .

Cristo está num lugar elevado, exaltado sobre todos, para revelar sua grandeza a seus discípulos. Eles precisavam consolidar a fé naquilo que Pedro afirmara: Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo. Uma coisa é ouvirmos isso da boca de outras pessoas, outra bem diferente é a ouvirmos através do próprio Deus.

“E estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu filho amado, em quem me comprazo; escutai-o. E os discípulos ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo.” (V 5-6)

A fé cristã é uma fé de revelação. Não basta a experiência religiosa, em que um homem transmite o que experimentou para outras pessoas, testemunhando sua espiritualidade. É preciso que cada cristão tenha sua própria experiência mística. Foi isso que Cristo fez seus seguidores vivenciarem. Primeiro foi Pedro, depois alguns outros e assim por diante.

Leitor, pense comigo. O que você sabe sobre Cristo foi aprendido ou experimentado? É possível alguém aprender teologia e reproduzir o que aprendeu através de palestras, pregações. Ter uma convicção plena de que de fato Cristo é o Senhor, o filho de Deus, salvador dos pecadores, depende única e exclusivamente de uma experiência sobrenatural no coração, realizada de cima para baixo, nunca o contrário. É Deus quem se revela, pois, sendo mistério, não pode ser achado, Deus oculta-se numa nuvem luminosa. Não somos capazes de encontra-lo; é Deus quem se dá a conhecer aos homens, retirando a venda sobreposta a nossos olhos.

Uma pessoa pode aprender que Jesus é considerado o filho de Deus na história ocidental, porém, somente aqueles que o “comem”, que o tem como pão da vida, são capazes de serem um com ele. Cristo deve ser parte do nosso organismo, ser absorvido pelo nosso sangue, entrar em nossas células, ser uma vida com a nossa. Estou falando de vivência e não de conhecimento.

Pedro afirmou depois de uma revelação divina: Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo. Jesus retrucou: Essa revelação não veio da carne ou do sangue, isto é, sua procedência não é humana, terrena, é sobrenatural, divina, mística.

A fé genuína jamais será aprendida em catequeses, escolas bíblicas, cursos teológicos. A verdadeira fé é fogo, é vida, é revelação, nasce no coração, contagia toda a nossa visão de mundo.

Quem é Jesus para você? O que ele significa para você? Que importância tem Cristo em sua vida? Jesus é o sol que ilumina seus olhos? Jesus é a luz que clareia seu caminho? É através dele que você interpreta a vida?

Minha ótica cristã não é respaldada em Moisés, isso é, no velho testamento. Minha ótica de fé não está respaldada nos profetas velho testamentários como Elias. Minha ótica de fé é Cristo, aquele que é maior do que ambos, cujos ensinamentos foram além do pensamento simplista dos homens de seus dias.

Cristo Jesus é o ápice da revelação divina. Moisés e Elias apontavam para ele, em mistérios, sem muita clareza, contudo, agora o podemos contemplar na luz do dia, sem interrogações. Tenho a Cristo, tenho a Cristo, de nada sou necessitado.

As religiões do mundo por não compreenderem quem Jesus realmente é, são nada mais que reproduções do comportamento equivocado dos discípulos, que ao verem Moisés e Elias junto a Cristo, pediram para levantar barracas aos três. O que é levantar barracas nesse sentido? Equiparar Jesus a seus antecessores, formando religiões nos moldes deles. Não!

O cristianismo não deveria ser mais uma religião humana. O cristianismo é um modo de vivenciar Deus no mundo, sem templos, sem cartilhas teológicas, sem barreiras doutrinais (judeus e samaritanos), sem empecilhos culturais (o eunuco etíope, o centurião romano etc). O sustentáculo dessa “nova” fé é o amor desburocratizado, apoiado na humildade daqueles que compreenderam sua indignidade diante do favor divino ao serem aceitos em seu reino.

Todos são bem-vindos, contudo somente alguns terão essa experiência vívida e real, e são esses que discernirão bem o evangelho. Alguns simpatizarão com a fé cristã, porém permanecerão seguindo a Cristo como quem segue a um Elias ou Moisés, ou um Buda, Alan Kardec, Gandhi, Maomé. Jesus Cristo não está no patamar destes líderes, ele transcende a razão humana, por isso mesmo, precisa ser uma experiência mística e não meramente intelectual.

São felizes aqueles a quem Deus chamou. Necessário é, porém, que haja um entendimento correto da parte destes que, podem muito bem, assim como Pedro, Tiago e João, se precipitarem em suas respostas, achando que Deus os chamou para levantarem barracas, abrirem igrejas, alçarem tabernáculos religiosos.

É comum, muito comum que os homens queiram se congregar em um lugar fechado e ali cultuar o nome de seu deus. Jesus levou seus discípulos para cima de um monte, isso não significa nada? Jesus não mandou que seus seguidores levantassem templos, mandou que saíssem pelo mundo espalhando seus ensinamentos.  Não é em Samaria nem em Jerusalém o lugar do culto, pois para Deus não existem lugares sagrados. Onde estiverem dois ou três reunidos em seu nome, ali ele se fará presente, mesmo sem placas denominacionais, sem assentos ou púlpitos. Jacó usava pedras para invocar a Deus, Abel sacrificava ovelhas, Abraão subia montes, Jesus ia para jardins, Paulo ia para praia fazer suas orações. Quando vamos compreender que a era dos tabernáculos já passou. Cristo é o nosso tabernáculo. Nele nós entramos, dele jamais sairemos.

“Este é o meu filho amado em quem me comprazo”. Nossa fé repousa nessa verdade. Não é que Deus tenha dito essa frase naquele dia, há milhares de anos, Não. Deus continua dizendo a mesma coisa, em corações privados, sofridos, chorosos, pelo mundo afora. “Jesus é o meu filho, escutai-o”. A voz de Jesus é o evangelho. Ora, os homens dizem muitas coisas, mas o que Jesus tem a dizer? Alguns dizem que Elias devia vir primeiro, outros diziam que não. Sobre a salvação alguns dizem isso, outros dizem aquilo. Não me importo com o que os padres ou pastores ensinam, me importo com o que o evangelho ensina.

Cada um toma para si aquilo que é conveniente. Ensinam sobre o dízimo porque dá dinheiro, ensinam sobre costumes ultrapassados porque lhes permite o controle sobre as pessoas e as domestica para uma obediência cega. O que Jesus diz sobre isso?

Concluindo: a fé cristã genuína parte do céu e acha repouso no coração dos pecadores. Trata-se de uma experiência e não de um aprendizado. É simples, não necessita de estruturas físicas ou aparatos religiosos. Centraliza-se na pessoa de Jesus, não como mais um líder religioso, mas como a luz divina, o verbo encarnado, o filho de Deus. Acontece na vida e não dentro de templos. É livre das conjecturas humanas. Finda no amor aos oprimidos. É alimentada através de orações e jejuns. É livre de obrigações, porém está longe da rebeldia anárquica, sem propósito, pois atua através de uma consciência transformada que sabe discernir pessoas e situações. É livre, pois tem em Cristo seu fiador. É despreocupada, pois Cristo venceu a morte e todos os mortos o reverenciam como senhor e rei, seja do céu, seja do inferno. Amém.


Se Deus não falar na alma, para nada se aproveitam os manuais de catequese.

terça-feira, 20 de março de 2018

A doutrina dos Fariseus


Então compreenderam que não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus. (Mt 16.12)
Por Frankcimarks Oliveira

         O Senhor alertou seus discípulos: “Cuidado com os ensinos dos Fariseus, guardem-se deles”. Essas palavras ecoam até nossos dias. Só conseguiremos nos afastar de tais doutrinas, se conhecermos bem o evangelho de Jesus.

         Perceba que os seguidores do Senhor tinham dificuldade para entender o que ele dizia, eram tardios no entendimento. Ainda bem que Deus é paciente! Que o Espírito Santo abra bem nossos corações para compreendermos o que as palavras de Cristo realmente querem dizer.

         Jesus disse que os Fariseus não tinham qualificação para guiarem as pessoas ao reino de Deus. Chamou-os de cegos condutores de cegos. (v. 2,3). Afirmou que eles eram bons em discernir os fenômenos naturais, observando o céu, contudo não compreendiam as coisas do Espírito. Pediam sinais e mais sinais, sendo que seus olhos já contemplavam as obras e maravilhas que Jesus realizava bem diante de seus olhos. Além do que muitas profecias se cumpriam na pessoa de Jesus, eles, porém, resistiam a essa verdade.

         A melhor maneira de identificar ensinamentos errôneos é sabendo bem quem Jesus de fato é. Por isso ele reuniu seus apóstolos e perguntou: Quem dizem os homens ser o filho do homem? Conhecer bem a Jesus através das escrituras é a única maneira de não ser enganado por todo vento de doutrina. Cristo é a pedra fundamental do edifício. Se tocarem nele, a base o e o sustentáculo da Igreja, todo o prédio cairá. Portanto, atente-se a isso, leitor. O que diz sua congregação acerca do filho de Deus? O que dizem seus pastores sobre Jesus? Quem é Jesus para sua comunidade religiosa? Confira no evangelho o que Jesus disse de si mesmo e compare com o que seus doutrinadores dizem. Fique apenas com o que Jesus falou.

         “E Vós quem dizeis que eu sou?” – perguntou Jesus a seus discípulos. Os fariseus não reconheciam em Jesus a pessoa do Messias, aquele que salvaria Israel de seus opressores. Pedro respondeu: Tu és o Cristo, (o messias) o filho do Deus vivo.” Uma fé que genuinamente não reconhece a filiação divina de Jesus não é digna de crédito. Se, porventura, sua igreja, salão ou congregação, nega tal verdade, não perca tempo, saia imediatamente de lá. Jesus é o Cristo, o filho do Deus vivo, aquele que havia de vir ao mundo.

         Por que nem todos creem nessa mensagem? Porque nem todos recebem de Deus essa revelação. Jesus mesmo disse a Pedro: “Feliz és tu Simão, pois não foi a carne nem o sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai, que está nos céus”. Por isso muitos não conseguem crer em Jesus, porque Deus não os concedeu tal fé. Apenas e somente apenas quando o Pai resolver tocar os corações incrédulos acerca de Jesus é que eles conseguirão dizer o mesmo que Pedro disse: Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo.

         Ninguém conhece o Pai senão o Filho e ninguém conhece o Filho senão o Pai e quem este quiser revelar. Ninguém vai ao pai senão pelo Filho e ninguém vai ao Filho se o Pai não o conduzir. O Filho glorifica o Pai e o Pai glorifica o Filho.

         Se Cristo não é o fundamento de sua fé, sinto dizer, ela é vã. De nada adianta passar horas e horas em oração, nos templos, nas praças pregando. Se Cristo não é precioso para você, se Cristo Jesus não é exatamente aquilo que ele é para Deus, para os anjos, para os demônios, então sua fé é inútil.

         Jesus não é mais um anjo enviado por Deus ao mundo, não é um deus com “d” minúsculo, não é apenas um profeta, não é um mensageiro do amor e da paz meramente, não é um judeu que se rebelou contra Roma. Jesus de Nazaré é o Cristo, o Ungido, o rei eterno, descendente de Davi, seu reino não terá fim, ele é o cabeça de seu povo, aquele que venceu o pecado e a morte e que tem a chave da ressurreição nas mãos. Quem crê nele não será confundido, quem acredita em Jesus, passou da morte para a vida e viverá de eternidade a eternidade a seu lado no paraíso, gozando de sua graça e misericórdia. Você crê nisso, leitor, do fundo de sua alma? Não se engane, toda planta que o Pai não plantou, será arrancada. Muitos o chamam de Senhor, poucos realmente creem nisso.

         Jesus é a rocha onde sua igreja foi edificada. Ele é nossa base e segurança. Sobre ele repousa nossos destinos. Dele depende a salvação dos pecadores. As portas do inferno não prevalecerão contra seus seguidores, pois ele é o capitão, o Senhor dos exércitos, o rei da glória que subiu ao céu e está assentado a destra de Deus Pai e vive a interceder por seus amigos.

         Cristo tem toda a autoridade nos céus e na terra. É o alfa e o ômega, o começo e o fim. Aquele que esteve morto e reviveu, o que anda no meio dos sete castiçais de ouro, o Todo Poderoso que diz: “Eis que cedo venho, guarda o que tu tens para que ninguém roube tua coroa.”

         Jesus é aquele que ouve nossas orações, o que responde nossas orações e o que ora pela igreja, eternamente. Ele é o Cristo.

Os fariseus não ensinam essas verdades. Inventam coisas, mudam os textos, se contorcem para negar o que é evidente, pois são cegos. Não enxergam a glória do calvário. Assim como o diabo, estremecem com a mensagem da Cruz, dizem que é loucura ou escândalo, dizem que Deus jamais faria uma coisa dessas, matar o próprio filho de maneira tão cruel.

 O homem natural não vê sabedoria na cruz, mas os filhos de Deus se alegram e cantam: Foi na cruz, foi na cruz onde um dia eu vi meus pecados castigados em Jesus. Nos alegramos porque ele vive e porque ele vive podemos crer no amanhã. Ele ressuscitou.

Os cristãos acreditam na vida além-túmulo. Creem que serão ressuscitados por Cristo, o Senhor dos vivos e dos mortos. Não cremos que seremos reencarnados aqui neste mundo, várias vezes, para evoluirmos e nos tornarmos pessoas melhores. Não! Cremos que seremos glorificados com ele. Depois da morte segue-se o juízo. Se você acredita em reencarnação, sinto dizer, você não acredita em Jesus, pois a reencarnação coloca Cristo de lado, jogando sobre o pecador a capacidade de se aperfeiçoar. Sabemos pelas escrituras que é Deus quem faz isso. Ele é o oleiro, nós, os vasos em suas mãos. Você tem todo o direito de acreditar na reencarnação, apenas não diga que acredita em Jesus, que ele tem a chave da morte e do inferno, porque uma coisa anula a outra. Existe aí muito fermento de Fariseu. O mesmo se aplica ao purgatório. Se o sangue de Jesus não é suficiente para perdoar pecados e nos purificar de uma vez por todas, nada o será. Se a fé somente não for suficiente para salvar uma alma, então Cristo é um mentiroso, pois foi exatamente o que ele ensinou: Crê tão somente e serás salvo. Fé no sangue dele basta para nossa salvação eterna.

Cuidado, muitas religiões se dizem cristãs, mas negam a Cristo. Negar a Cristo não é apenas repudiá-lo, rechaça-lo, é diminuí-lo. Outras o negam com suas obras, com o ódio, com a falta de amor.

Fuja da doutrina dos Fariseus. Corra para Cristo. Amém.