POR FRANKCIMARKS OLIVEIRA
O
Deus que responde orações:
1- Individuais
( o leproso) ;
2- De
intercessores ( Centurião e chefe da sinagoga);
3- De
quem nada pediu ( sogra de Pedro);
4- De
grupos de pessoas ( os discípulos no mar e uma cidade inteira)
5- De
demônios; ( que entraram nos porcos)
6- De
pessoas perseverantes ( os dois cegos);
7- De
quem está impossibilitado de orar ( o mudo endemoninhado);
8- De
quem apenas pensou ( a mulher do fluxo de sangue);
9- De
crentes e de incrédulos ( dos amigos de um paralítico e dos fariseus)
Gostaria
de meditar nos capítulos oito e nove do evangelho de Mateus, a fim de
demonstrar que Deus é livre para responder ou não nossas preces. Comecemos com
o verso que diz:
Quero,
fique limpe. ( Mt 8.3)
Cristo
foi abordado por um homem leproso, que implorou por sua cura. Como vimos, Jesus
respondeu positivamente sua prece, e ordenou que ele não contasse o que
aconteceu, mas MOSTRASSE ao sacerdote que agora estava limpo, desse modo
poderia retornar ao seu convívio social e familiar. Observe o verbo MOSTRAR.
Para Deus é mais interessante o que somos e mostramos, isto é, o que
vivenciamos do que aquilo que falamos. Podemos ser testemunhos vivos de seu
poder e não somente falastrões.
Deus
responde as orações de quem pede por si mesmo. Não precisamos necessariamente
que alguém interceda por nós. Temos livre acesso a Cristo à sua presença e
temos a nosso favor sua boa vontade. Assim sendo vemos uma resposta direta e
pessoal.
Vai,
e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou.
( Mt 8.13)
Cristo
foi abordado por um homem do exército romano, um pagão gentio, que rogou por
seu empregado. Esse homem pediu que Jesus apenas dissesse uma palavra e isso
seria o suficiente. Cristo respondeu positivamente a sua oração. Desse modo
vemos que Deus responde à intercessores, isto é, pessoas que rogam por outros.
Sua resposta foi indireta, no que concerne ao doente, mas direta ao suplicante,
o centurião.
Vale
salientar que primeiro Cristo respondeu a um miserável leproso, provavelmente
um mendigo. Depois Jesus atendeu a um homem importante da sociedade. Deus não
faz acepção de pessoas. Todas as pessoas podem se achegar a Deus, sejam ricas
ou pobres, brancas ou negras, judeus ou gentios, homens ou mulheres como
veremos a seguir.
Ao
curar o servo do centurião, Cristo o reintegrou ao seu trabalho, isto é, ao seu
serviço, dando-lhe uma empregabilidade.
E
tocou-lhe na mão e a febre a deixou; ela levantou-se e os serviu. ( Mt 8.15)
Logo
em seguida, Jesus se dirige a casa da sogra de Pedro e ao chegar lá, percebe
que ela está acamada com muita febre. De livre e espontânea vontade, sem que
ninguém pedisse, ele resolve tocá-la, por que VIU que a mesma estava doente.
Deus
não precisa de nossas orações para agir em favor de alguém. Sabemos que ele
ouve a oração de um justo, mas neste caso ninguém teve que clamar. Creio que o
Senhor cuida dos seus e que seus olhos estão sobre aqueles que ele ama. Oramos porque
Cristo nos ensinou a orar, mas devemos entender que Deus é livre e que seu amor
e compaixão não precisam esperar as preces de ninguém para intervir.
Ao
curar essa mulher, Cristo a reintegrou a sua família, devolvendo-lhe a
capacidade de servir os seus.
Seus
discípulos o despertaram: Senhor, salva-nos que perecemos. ( Mt 8.25)
Cristo
atendeu a mais essa prece, dessa feita de um grupo de homens, que ao verem as
grandes ondas açoitarem o barco, pensaram que iriam perecer. Jesus parecia
estar dormindo, entretanto logo ordenou a calmaria.
Muitas
vezes temos essa sensação de que Deus não está atento às nossas vidas. Pensamos
que ele está dormindo, mas Deus não dorme. Aqui vemos uma resposta a um grupo
de pessoas. Desse modo concluímos que Deus também responde à congregações que
invocam seu nome.
Ao
responder esta oração, Cristo “devolveu” a fé de seus discípulos em seu nome.
Segue-me
e deixa os mortos sepultar seus mortos. (Mt 8;22)
Cristo respondeu negativamente ao pedido de
certo homem, que foi: Senhor, permita-me que primeiramente vá sepultar meu pai
e então o seguirei aonde quer que fores. Entenda que o pai deste homem devia
estar velho, porém ainda vivo. O que ele pede é que Cristo o permita cuidar dos
últimos anos de vida de seu pai, para só então passar a segui-lo. Cristo
respondeu que não.
Veja
bem, ele obteve resposta, porque todas as orações são respondidas de um modo ou
de outro. Entretanto ele não conseguiu aquilo que queria. Do mesmo modo nós nem
sempre conseguiremos aquilo que pedimos. Deus não é um realizador de desejos e
não responderá a orações que vão de encontro aos interesses primordiais e urgentes
da alma e da salvação. Por exemplo, Deus não responderá a essa prece:
Senhor,
não gosto do meu vizinho, portanto não permita que ele ouça o evangelho, se
arrependa e se salve.
É
perda de tempo fazer esse tipo de oração. A resposta de Deus será sempre não.
Deus
está nos chamando, não percamos essa oportunidade de irmos a seu encontro. Se
Cristo nos chama para segui-lo, então o façamos agora mesmo, assim como Levi o
fez.
Permita-nos
que entremos naquela manada. ( Mt 8.31)
Para
o bem estar dos homens que estavam possessos, Cristo atendeu positivamente ao
clamor dos demônios que os possuíam. Como se vê no verso acima, esses demônios
rogaram a Cristo para que não fossem lançados no abismo antes da hora, mas que
tivessem permissão para entrar na manada de porcos que ali pastava. Jesus
concedeu o pedido e eles entraram nos porcos que acabaram precipitando no
despenhadeiro.
Deus
é Deus e pode responder até mesmo a preces de demônios, por mais estranho que
isso possa parecer. Neste caso atender a tal pedido acabaria por realizar aquilo
que Jesus fora fazer: libertar aqueles homens oprimidos. Não houve choque no
propósito de Deus. Cristo tanto pôs fim ao problema dos oprimidos, como não foi
injusto com os demônios, que alegaram não ser ainda aquela a hora do último
julgamento ( dando a entender que os demônios sabem qual é o dia do juízo
final)
Para
Deus os homens são mais valiosos que os porcos. Ainda que a morte destes tenha
acarretado em grande prejuízo para os moradores daquela pequena comunidade,
Deus permitiu que os demônios matassem aqueles porcos.
No
livro de Jó também vemos Deus atender alguns pedidos do próprio diabo.
E
eis que toda aquela cidade veio ao encontro de Jesus e vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse de seus termos ( Mt 8.34)
Mais
uma vez Jesus atendeu a um clamor, dessa feita de toda uma cidade que pediu que
ele fosse embora. Ele foi, entrou em seu barco e partiu para a outra margem.
É
triste quando algumas vezes Deus responde algumas orações. Nesse caso Deus se
retirou porque não era bem vindo. Tenha cuidado com aquilo que você pede,
porque pode se tornar realidade. Aquela cidade, isto é, as pessoas que ali
viviam, pediram para Jesus os deixa-los; Jesus os deixou. Cuidado com o que
você pede a Deus. Pode ser que em sua ira ele o responda.
É
lamentável constatar que algumas pessoas amam mais as coisas materiais do que o
ser humano. Foi o que aconteceu aqui. Esta cidadezinha não se alegrou com a
salvação daqueles que se encontravam algemados pelos demônios. Ela não se
alegrou com o amor de Cristo. Ora, o amor de Deus pelos homens levou Jesus a
morte. O amor de Jesus por aqueles homens levou aqueles porcos à morte. O amor
ao próximo requer sacrifício, sempre irá requer algum sacrifício.
E
eis que lhe trouxeram um paralítico, deitado numa cama. ( Mt 9.1)
Jesus
não tinha tempo para descansar. Se você parar para ler estes dois capítulos ( 8
e 9) perceberá o trabalho pesado de seu ministério. Creio que é uma alusão ao
trabalho divino. Não deve ser fácil ser Deus e ter que ouvir incessantemente
aos lamentos da terra. Todavia a resposta de Jesus àqueles que lhe mostraram o
paralítico não foi bem a esperada. Jesus ofereceu perdão dos pecados, sendo que
o que todos esperavam era a cura da paralisia física.
Nem
sempre Deus responderá exatamente nossas preces. Podemos lhe pedir algo e
recebermos outra coisa em seu lugar. Neste caso, por mais que não parecesse,
Jesus deu algo muito melhor como resposta: perdão. O corpo há de perecer no fim
das contas, mas a alma viverá para sempre. Perdão aqui significava salvação
eterna, enquanto a cura significaria apenas alívio momentâneo.
Deus
é livre para nos dar o que quiser. Às vezes lhe pedimos migalhas, no entanto em
sua generosidade ele nos oferece um banquete inteiro. Esse caso do paralítico é
muitíssimo interessante, pois Deus primeiro deu o perdão, contrariando o desejo
dos intercessores, que esperavam cura física. E outra vez, quando cura
definitivamente o doente, é em contrariedade aos fariseus, que em seus
pensamentos o acusavam de blasfêmia, ao dizer que perdoava aquele homem de seus
pecados. Logo, Deus respondeu não à fé, mas à incredulidade dos homens. Foi por
não crerem em seu poder de perdoar que Jesus curou as pernas do paralítico.
Algumas
vezes Deus pode nos abençoar não por nossa própria fé, mas por causa da
incredulidade daqueles que nos rodeiam. Ele não precisava provar nada para
ninguém, mas para beneficiar ainda mais o doente, que já havia recebido o
perdão de seus pecados, Jesus curou suas pernas. Assim, Deus responde tanto a
fé quanto à incredulidade dos homens para que os homens tenham ainda mais fé em
seu nome.
Minha
filha faleceu agora mesmo, mas vem, impõe-lhe a tua mão e ela viverá
( Mt 9.18)
Jesus
respondeu ao pedido deste pai que acreditou que o simples toque de sua mão a
traria de volta a vida. E foi exatamente
o que Cristo fez para trazê-la de volta de seu sono: pegou-lhe na mão e lhe
devolveu a vida.
Deus
atendeu a uma prece verbalizada, isto é, pronunciada. Ele não só orou; ele
também disse o que Jesus poderia fazer: tocá-la. Cristo poderia apenas ter
ordenado que a menina se levantasse, mas para honrar a fé do pai, fez
exatamente como este o pediu e a tocou.
É
engraçado como algumas pessoas em suas orações dizem a Deus o que ele deve
fazer! “Faz assim, faz assado. “ E mais engraçado ainda é que Deus, mesmo sendo
livre para fazer como lhe aprouver, faz como lhe pedem. Creio que o Senhor
atenta para a fé de quem pede. O centurião acreditou que uma palavra de Jesus
bastava para curar seu servo, sem precisar Jesus ir até sua casa para tal fim.
Aqui este pai rogou que Cristo fosse até sua casa e Jesus foi. Outro caso que
prova isso é a mulher do fluxo de sangue que acreditou que se ela mesma o
tocasse seria o bastante para ficar curada.
Porque
dizia consigo mesma: se eu apenas tocar sua roupa, ficarei sã.
(
Mt 9.21)
Ela
nem sequer pediu nada a Jesus, antes apenas pensou consigo mesma no que deveria
fazer, neste caso, tocar-lhe as vestes. E assim foi feito, ficando ela curada
como imaginou.
Jesus
atendeu a prece verbalizada e a prece pensada. Nem sempre precisamos nos
ajoelhar para fazermos uma oração, ou temos de fechar os olhos ou juntarmos as
mãos para formalizar o pedido. Basta pensarmos e o Senhor ouvirá. Cada um tem
uma medida de fé, cada um use a fé que possui.
E
partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando e dizendo : Tem compaixão
de nós, filho de Davi. E quando chegou à casa, os cegos se aproximaram dele e
Jesus disse-lhes :Credes vós que eu possa fazer isto? Disseram-lhe: sim,
Senhor.
(
Mt 9.27-28)
Jesus
mais uma vez respondeu a um clamor. Desta feita observa-se que os dois homens o
seguiram até sua casa, clamando com insistência. O que podemos entender é que
algumas orações não terão respostas imediatas, diferente de outras. Não que
Deus tenha prazer em prolongar nossas dores, mas é assim que vemos em muitos
casos. Tudo tem seu tempo determinado, disse um sábio.
Deus
responde as orações insistentes e perseverantes daqueles que podem pedir, neste
caso gritar. Ele não é surdo, mas em momento algum se incomodou com o modo
desesperado que estes homens clamavam. Temos boca e podemos usá-la para tantos
fins, não é verdade? Por que não para gritarmos para Deus?
O
Jesus que respondeu a um pensamento pode muito bem responder a um grito de
desespero.
Para
terminar as respostas de orações, apresento-vos o caso mais escandaloso:
E
havendo-se eles se retirado, trouxeram-lhe um homem MUDO e endemoninhado. E expulso
o demônio, falou o mudo.( Mt 9.32-33)
Enquanto
muitos de nós podemos orar, verbalizando nossas preces por vias orais como os
cegos que gritavam a todo pulmão, este homem era MUDO. Logo, estava
impossibilitado de fazer algo tão simples que é orar. Glória a Deus que
responde até àqueles que nada lhe pedem.
Muitas
vezes encontramo-nos impossibilitados de orar, seja porque os demônios tem nos
impedido, seja porque nossa fé esteja fraca, seja por qualquer outro motivo,
ainda assim Cristo nos assistirá com Graça.
Deus
é bom para com todos, até para com aqueles que não creem em seu nome e,
portanto não lhe fazem orações.
Que
nossa boca se abra mais uma vez em oração àquele que não para um segundo sequer
de trabalhar por aqueles que nele esperam. Jesus nos ordenou logo após mostrar
como é bom em responder preces, que oremos pelos campos missionários, para que
Deus envie trabalhadores, ceifeiros às searas. Tenho certeza que ele nos
ouvirá. Amém.
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