sexta-feira, 21 de abril de 2017

O Deus que responde orações

POR FRANKCIMARKS OLIVEIRA


O Deus que responde orações:

1-      Individuais ( o leproso) ;
2-      De intercessores ( Centurião e chefe da sinagoga);
3-      De quem nada pediu ( sogra de Pedro);
4-      De grupos de pessoas ( os discípulos no mar e  uma cidade inteira)
5-      De demônios; ( que entraram nos porcos)
6-      De pessoas perseverantes ( os dois cegos);
7-      De quem está impossibilitado de orar ( o mudo endemoninhado);
8-      De quem apenas pensou ( a mulher do fluxo de sangue);
9-      De crentes e de incrédulos ( dos amigos de um paralítico e dos fariseus)

Gostaria de meditar nos capítulos oito e nove do evangelho de Mateus, a fim de demonstrar que Deus é livre para responder ou não nossas preces. Comecemos com o verso que diz:

Quero, fique limpe. ( Mt 8.3)

Cristo foi abordado por um homem leproso, que implorou por sua cura. Como vimos, Jesus respondeu positivamente sua prece, e ordenou que ele não contasse o que aconteceu, mas MOSTRASSE ao sacerdote que agora estava limpo, desse modo poderia retornar ao seu convívio social e familiar. Observe o verbo MOSTRAR. Para Deus é mais interessante o que somos e mostramos, isto é, o que vivenciamos do que aquilo que falamos. Podemos ser testemunhos vivos de seu poder e não somente falastrões.
Deus responde as orações de quem pede por si mesmo. Não precisamos necessariamente que alguém interceda por nós. Temos livre acesso a Cristo à sua presença e temos a nosso favor sua boa vontade. Assim sendo vemos uma resposta direta e pessoal.

Vai, e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou.
 ( Mt 8.13)

Cristo foi abordado por um homem do exército romano, um pagão gentio, que rogou por seu empregado. Esse homem pediu que Jesus apenas dissesse uma palavra e isso seria o suficiente. Cristo respondeu positivamente a sua oração. Desse modo vemos que Deus responde à intercessores, isto é, pessoas que rogam por outros. Sua resposta foi indireta, no que concerne ao doente, mas direta ao suplicante, o centurião.
Vale salientar que primeiro Cristo respondeu a um miserável leproso, provavelmente um mendigo. Depois Jesus atendeu a um homem importante da sociedade. Deus não faz acepção de pessoas. Todas as pessoas podem se achegar a Deus, sejam ricas ou pobres, brancas ou negras, judeus ou gentios, homens ou mulheres como veremos a seguir.
Ao curar o servo do centurião, Cristo o reintegrou ao seu trabalho, isto é, ao seu serviço, dando-lhe uma  empregabilidade.

E tocou-lhe na mão e a febre a deixou; ela levantou-se e os serviu. ( Mt 8.15)

Logo em seguida, Jesus se dirige a casa da sogra de Pedro e ao chegar lá, percebe que ela está acamada com muita febre. De livre e espontânea vontade, sem que ninguém pedisse, ele resolve tocá-la, por que VIU que a mesma estava doente.
Deus não precisa de nossas orações para agir em favor de alguém. Sabemos que ele ouve a oração de um justo, mas neste caso ninguém teve que clamar. Creio que o Senhor cuida dos seus e que seus olhos estão sobre aqueles que ele ama. Oramos porque Cristo nos ensinou a orar, mas devemos entender que Deus é livre e que seu amor e compaixão não precisam esperar as preces de ninguém para intervir.
Ao curar essa mulher, Cristo a reintegrou a sua família, devolvendo-lhe a capacidade de servir os seus.

Seus discípulos o despertaram: Senhor, salva-nos que perecemos. ( Mt 8.25)

Cristo atendeu a mais essa prece, dessa feita de um grupo de homens, que ao verem as grandes ondas açoitarem o barco, pensaram que iriam perecer. Jesus parecia estar dormindo, entretanto logo ordenou a calmaria.
Muitas vezes temos essa sensação de que Deus não está atento às nossas vidas. Pensamos que ele está dormindo, mas Deus não dorme. Aqui vemos uma resposta a um grupo de pessoas. Desse modo concluímos que Deus também responde à congregações que invocam seu nome.
Ao responder esta oração, Cristo “devolveu” a fé de seus discípulos em seu nome.

Segue-me e deixa os mortos sepultar seus mortos. (Mt 8;22)

 Cristo respondeu negativamente ao pedido de certo homem, que foi: Senhor, permita-me que primeiramente vá sepultar meu pai e então o seguirei aonde quer que fores. Entenda que o pai deste homem devia estar velho, porém ainda vivo. O que ele pede é que Cristo o permita cuidar dos últimos anos de vida de seu pai, para só então passar a segui-lo. Cristo respondeu que não.
Veja bem, ele obteve resposta, porque todas as orações são respondidas de um modo ou de outro. Entretanto ele não conseguiu aquilo que queria. Do mesmo modo nós nem sempre conseguiremos aquilo que pedimos. Deus não é um realizador de desejos e não responderá a orações que vão de encontro aos interesses primordiais e urgentes da alma e da salvação. Por exemplo, Deus não responderá a essa prece:

Senhor, não gosto do meu vizinho, portanto não permita que ele ouça o evangelho, se arrependa e se salve.

É perda de tempo fazer esse tipo de oração. A resposta de Deus será sempre não.
Deus está nos chamando, não percamos essa oportunidade de irmos a seu encontro. Se Cristo nos chama para segui-lo, então o façamos agora mesmo, assim como Levi o fez.

Permita-nos que entremos naquela manada. ( Mt 8.31)

Para o bem estar dos homens que estavam possessos, Cristo atendeu positivamente ao clamor dos demônios que os possuíam. Como se vê no verso acima, esses demônios rogaram a Cristo para que não fossem lançados no abismo antes da hora, mas que tivessem permissão para entrar na manada de porcos que ali pastava. Jesus concedeu o pedido e eles entraram nos porcos que acabaram precipitando no despenhadeiro.
Deus é Deus e pode responder até mesmo a preces de demônios, por mais estranho que isso possa parecer. Neste caso atender a tal pedido acabaria por realizar aquilo que Jesus fora fazer: libertar aqueles homens oprimidos. Não houve choque no propósito de Deus. Cristo tanto pôs fim ao problema dos oprimidos, como não foi injusto com os demônios, que alegaram não ser ainda aquela a hora do último julgamento ( dando a entender que os demônios sabem qual é o dia do juízo final)
Para Deus os homens são mais valiosos que os porcos. Ainda que a morte destes tenha acarretado em grande prejuízo para os moradores daquela pequena comunidade, Deus permitiu que os demônios matassem aqueles porcos.
No livro de Jó também vemos Deus atender alguns pedidos do próprio diabo.

E eis que toda aquela cidade veio ao encontro de Jesus e vendo-o, rogaram-lhe  que se retirasse de seus termos ( Mt 8.34)

Mais uma vez Jesus atendeu a um clamor, dessa feita de toda uma cidade que pediu que ele fosse embora. Ele foi, entrou em seu barco e partiu para a outra margem.
É triste quando algumas vezes Deus responde algumas orações. Nesse caso Deus se retirou porque não era bem vindo. Tenha cuidado com aquilo que você pede, porque pode se tornar realidade. Aquela cidade, isto é, as pessoas que ali viviam, pediram para Jesus os deixa-los; Jesus os deixou. Cuidado com o que você pede a Deus. Pode ser que em sua ira ele o responda.
É lamentável constatar que algumas pessoas amam mais as coisas materiais do que o ser humano. Foi o que aconteceu aqui. Esta cidadezinha não se alegrou com a salvação daqueles que se encontravam algemados pelos demônios. Ela não se alegrou com o amor de Cristo. Ora, o amor de Deus pelos homens levou Jesus a morte. O amor de Jesus por aqueles homens levou aqueles porcos à morte. O amor ao próximo requer sacrifício, sempre irá requer algum sacrifício.

E eis que lhe trouxeram um paralítico, deitado numa cama. ( Mt 9.1)

Jesus não tinha tempo para descansar. Se você parar para ler estes dois capítulos ( 8 e 9) perceberá o trabalho pesado de seu ministério. Creio que é uma alusão ao trabalho divino. Não deve ser fácil ser Deus e ter que ouvir incessantemente aos lamentos da terra. Todavia a resposta de Jesus àqueles que lhe mostraram o paralítico não foi bem a esperada. Jesus ofereceu perdão dos pecados, sendo que o que todos esperavam era a cura da paralisia física.
Nem sempre Deus responderá exatamente nossas preces. Podemos lhe pedir algo e recebermos outra coisa em seu lugar. Neste caso, por mais que não parecesse, Jesus deu algo muito melhor como resposta: perdão. O corpo há de perecer no fim das contas, mas a alma viverá para sempre. Perdão aqui significava salvação eterna, enquanto a cura significaria apenas alívio momentâneo.
Deus é livre para nos dar o que quiser. Às vezes lhe pedimos migalhas, no entanto em sua generosidade ele nos oferece um banquete inteiro. Esse caso do paralítico é muitíssimo interessante, pois Deus primeiro deu o perdão, contrariando o desejo dos intercessores, que esperavam cura física. E outra vez, quando cura definitivamente o doente, é em contrariedade aos fariseus, que em seus pensamentos o acusavam de blasfêmia, ao dizer que perdoava aquele homem de seus pecados. Logo, Deus respondeu não à fé, mas à incredulidade dos homens. Foi por não crerem em seu poder de perdoar que Jesus curou as pernas do paralítico.
Algumas vezes Deus pode nos abençoar não por nossa própria fé, mas por causa da incredulidade daqueles que nos rodeiam. Ele não precisava provar nada para ninguém, mas para beneficiar ainda mais o doente, que já havia recebido o perdão de seus pecados, Jesus curou suas pernas. Assim, Deus responde tanto a fé quanto à incredulidade dos homens para que os homens tenham ainda mais fé em seu nome.

Minha filha faleceu agora mesmo, mas vem, impõe-lhe a tua mão e ela viverá
 ( Mt 9.18)

Jesus respondeu ao pedido deste pai que acreditou que o simples toque de sua mão a traria de volta a vida. E  foi exatamente o que Cristo fez para trazê-la de volta de seu sono: pegou-lhe na mão e lhe devolveu a vida.
Deus atendeu a uma prece verbalizada, isto é, pronunciada. Ele não só orou; ele também disse o que Jesus poderia fazer: tocá-la. Cristo poderia apenas ter ordenado que a menina se levantasse, mas para honrar a fé do pai, fez exatamente como este o pediu e a tocou.
É engraçado como algumas pessoas em suas orações dizem a Deus o que ele deve fazer! “Faz assim, faz assado. “ E mais engraçado ainda é que Deus, mesmo sendo livre para fazer como lhe aprouver, faz como lhe pedem. Creio que o Senhor atenta para a fé de quem pede. O centurião acreditou que uma palavra de Jesus bastava para curar seu servo, sem precisar Jesus ir até sua casa para tal fim. Aqui este pai rogou que Cristo fosse até sua casa e Jesus foi. Outro caso que prova isso é a mulher do fluxo de sangue que acreditou que se ela mesma o tocasse seria o bastante para ficar curada.

Porque dizia consigo mesma: se eu apenas tocar sua roupa, ficarei sã.
( Mt 9.21)

Ela nem sequer pediu nada a Jesus, antes apenas pensou consigo mesma no que deveria fazer, neste caso, tocar-lhe as vestes. E assim foi feito, ficando ela curada como imaginou.
Jesus atendeu a prece verbalizada e a prece pensada. Nem sempre precisamos nos ajoelhar para fazermos uma oração, ou temos de fechar os olhos ou juntarmos as mãos para formalizar o pedido. Basta pensarmos e o Senhor ouvirá. Cada um tem uma medida de fé, cada um use a fé que possui.

E partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando e dizendo : Tem compaixão de nós, filho de Davi. E quando chegou à casa, os cegos se aproximaram dele e Jesus disse-lhes :Credes vós que eu possa fazer isto? Disseram-lhe: sim, Senhor.
( Mt 9.27-28)

Jesus mais uma vez respondeu a um clamor. Desta feita observa-se que os dois homens o seguiram até sua casa, clamando com insistência. O que podemos entender é que algumas orações não terão respostas imediatas, diferente de outras. Não que Deus tenha prazer em prolongar nossas dores, mas é assim que vemos em muitos casos. Tudo tem seu tempo determinado, disse um sábio.
Deus responde as orações insistentes e perseverantes daqueles que podem pedir, neste caso gritar. Ele não é surdo, mas em momento algum se incomodou com o modo desesperado que estes homens clamavam. Temos boca e podemos usá-la para tantos fins, não é verdade? Por que não para gritarmos para Deus?
O Jesus que respondeu a um pensamento pode muito bem responder a um grito de desespero.
Para terminar as respostas de orações, apresento-vos o caso mais escandaloso:

E havendo-se eles se retirado, trouxeram-lhe um homem MUDO e endemoninhado. E expulso o demônio, falou o mudo.( Mt 9.32-33)

Enquanto muitos de nós podemos orar, verbalizando nossas preces por vias orais como os cegos que gritavam a todo pulmão, este homem era MUDO. Logo, estava impossibilitado de fazer algo tão simples que é orar. Glória a Deus que responde até àqueles que nada lhe pedem.
Muitas vezes encontramo-nos impossibilitados de orar, seja porque os demônios tem nos impedido, seja porque nossa fé esteja fraca, seja por qualquer outro motivo, ainda assim Cristo nos assistirá com Graça.
Deus é bom para com todos, até para com aqueles que não creem em seu nome e, portanto não lhe fazem orações.

Que nossa boca se abra mais uma vez em oração àquele que não para um segundo sequer de trabalhar por aqueles que nele esperam. Jesus nos ordenou logo após mostrar como é bom em responder preces, que oremos pelos campos missionários, para que Deus envie trabalhadores, ceifeiros às searas. Tenho certeza que ele nos ouvirá. Amém.

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