Mas
em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens
( Mateus
15.9)
Por Frankcimarks Oliveira
Está escrito que devemos adorar somente a Deus. Contudo nem sempre nossa adoração
será aceita por ele. Quando isso pode acontecer? Foquemos no verso acima
que diz: “Vocês me adoram inutilmente quando
ensinam doutrinas que procedem
do homem e não de mim.”
Por que Jesus disse
isso aos Fariseus?
Primeiro, Cristo e seus discípulos
foram repreendidos por comerem no sábado, colhendo espigas, o que segundo eles se configurava
quebra da lei mosaica.
Jesus demonstrou, citando o velho
testamento, que as leis
foram feitas para os
homens e não o inverso. Agora eles são questionados, no capítulo quinze de Mateus, por não
lavarem as mãos antes das refeições.
Para mostrar que não estavam agindo errado, Jesus pergunta: E por que vocês
desobedecem a Deus para obedecerem a tradições?
Aqui já
abro um grande parênteses:
Nem tudo o que os “homens de Deus” dizem
sobre Deus, procede mesmo Dele. Cristo deixa isso bem claro, chamando-os de hipócritas
inclusive, pois explicitamente desobedeciam a mandamentos como honrar pai e mãe,
muito mais importantes do que aqueles que ocupavam suas preocupações, por
exemplo, o que, quando e como comer, isso é, questões de etiqueta.
Aprendemos com isso
que os homens inventam seus próprios
mandamentos, muito mais fáceis, superficiais e sem real importância, quando não conseguem cumprir os divinos. A etiqueta
então surge para substituir o amor para com o próximo, dando uma falsa sensação
de dever cumprido. Portanto, a religiosidade nada mais é que um autoengano que diz
para o praticante: “Continue obedecendo todas essas
regras e normas e você estará agradando a Deus.” Jesus desmentiu essa lógica
dizendo : o que contamina o homem não é o entra em seu interior, mas o que sai. Assim, as normas de etiqueta, as regras sociais, as imposições
religiosas, a moral vigente, não podem transformar o ser humano de verdade.
Servem apenas para mascarar sua verdade interior.
Os fariseus foram chamados de cegos condutores de cegos,
pois eles mesmos criam que cumprir todas aquelas tradições os aperfeiçoavam, bem como a seus seguidores.
Porém nem eles nem seus ouvintes foram beneficiados , muito menos aceitos por Deus, por obedecerem aquelas regras bestas
e inúteis para o caráter, inventadas por homens presunçosos. Sacrifícios tolos não valem nada para
Deus. Por isso Jesus disse: “ Toda planta que meu
pai não plantou, será arrancada”. Ele
poderia ser mais claro?
Quase toda religião se baseia na prática de regras e
tradições que não servem para nada, a
não ser tornar os seus praticantes mais arrogantes e pseudo espiritais. Olhe
para você mesmo e tire suas conclusões. Faça uma autoanálise sincera e veja se
a rigorosidade de sua religião te tornou um ser humano melhor. Quais pecados você
ainda esconde, fingindo tê-los vencido, apenas para manter as aparências e ser
aceito no grupo ao qual faz parte? Podemos enganar a igreja, ao mundo, mas não
a Deus. Lembre-se disso.
Paulo disse a cerca
dessas velhas ordenanças religiosas :
Se, pois, estais mortos com
Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos
carregam ainda de ordenanças,
como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não
manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos
e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de
sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não
são de valor algum senão para a satisfação da carne.(Colossenses 2:20-23)
Toda
religião que ensina que para se alcançar a Deus ou a salvação é necessário
cumprir uma lista
de regras, está equivocada e tão cega quanto os fariseus dos dias de Jesus.
Muitas delas dizem: Não coma isso e você será mais espiritual; não beba isso e
você estará mais perto de Deus; vista isso e sua salvação estará comprometida. Bobagem! A
salvação de nossas almas repousa nos ombros fortes de Cristo. Somente dele e de
sua graça dependem nossas vidas.
Deus
olha para o coração e não para o
cumprimento externo de certas ordenanças, fruto da invencionice humana. Somente
Deus e seu poder podem transformar os nossos
corações malignos. Só Deus alcança o nosso ser no seu íntimo,
removendo todas as perversidades que por lá se escondem. Desse modo, a
religiosidade vã, é essa que se limita ao exterior, ao
corpo, a etiqueta, as normas sociais
impostas, que não nascem do amor divino, voluntário e espontâneo, que jorra
naturalmente quando se é uma nova criatura em Cristo.
O
homem velho, religioso,
que tenta provar para
si mesmo e para o mundo que é uma pessoa
direita e honesta, vive de aparências. Contudo de seu coração saem adultérios,
engano, homicídios, inveja, impurezas. Por fora ele parece descente, mas Deus
conhece seu interior. Desse modo toda religião é por natureza pura hipocrisia,
pois nasce da carnalidade humana e do que o homem pensa ser necessário
ser feito, nesse caso, o lavar as mãos. Nada mais sugestivo, pois a religiosidade
é vã exatamente porque não
consegue lavar o coração sujo do pecador. Do que adianta dar banho
num defunto e perfumá-lo? Logo sua natureza morta manifestará sua podridão
latente.
O
mandamento de Deus é este : Amarás a Deus e a teu próximo. Todo aquele que
nasceu do alto, ama. Quem não renasceu, não ama. Essa é a única maneira de sabermos se somos
ou não somos novas pessoas em Cristo.
Por mais que você cumpra tradições e ordenanças religiosas, se você odeia seu
próximo, seja ele quem for, você não passa de uma sepultura bem pintada por fora.